Segundo os pesquisadores, houve mais mortes entre aqueles que receberam hidroxicloroquina do que aqueles que receberam tratamento padrão.
O estudo norte-americano não foi um experimento rigoroso, mas com 338 pacientes é a análise mais extensa até o momento da hidroxicloroquina acompanhada ou não do antibiótico azitromicina contra a COVID-19, a pandemia que até terça-feira (21) havia matado mais de 171 mil pessoas em todo o mundo.
O estudo foi publicado em um site para pesquisadores e foi submetido ao New England Journal of Medicine, mas não foi revisado por outros cientistas. O estudo foi financiado por doações dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade da Virgínia.
Os pesquisadores analisaram registros médicos de 368 veteranos do sexo masculino hospitalizados com coronavírus confirmados nos centros médicos da Veterans Health Administration que morreram ou receberam alta até 11 de abril.
Aproximadamente 28% dos que receberam hidroxicloroquina além dos cuidados habituais morreram, contra 11% daqueles que receberam apenas cuidados de rotina. Aproximadamente 22% dos que receberam o medicamento além da azitromicina também morreram, mas a diferença com esse grupo e atendimento padrão não foi considerada ampla o suficiente para descartar outros fatores que podem ter afetado a sobrevida.
A hidroxicloroquina também não fez diferença na necessidade de um respirador artificial.
Os pesquisadores não monitoraram os efeitos colaterais, mas observaram que a hidroxicloroquina pode ter danificado outros órgãos. Há muito que se sabe que a droga tem efeitos colaterais potencialmente graves, incluindo a alteração dos batimentos cardíacos de maneira a causar morte súbita.
No início deste mês, cientistas no Brasil interromperam parte de um estudo com hidroxicloroquina após o desenvolvimento de problemas no ritmo cardíaco em um quarto das pessoas que receberam mais do que as duas doses de teste. Assim como Trump, o presidente Jair Bolsonaro também é um entusiasta do medicamento.