Raridade subterrânea: surgem FOTOS de fóssil do menor tatu do mundo

© Folhapress / Edson SilvaTatu-bola no Brasil
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Uma equipe de pesquisadores na Argentina encontrou fóssil do mamífero pouco conhecido, que aparentemente vivia no subsolo, mas ainda não tinha completamente se adaptado ao ambiente.

Pesquisadores descobriram na Argentina o primeiro fóssil de um pichiciego-menor, do gênero Chlamyphractus dimartinoi, e publicaram os resultados do estudo na revista Journal of Vertebrate Paleontology.

Trata-se de um dos animais mais estranhos da região por causa de seus hábitos esquivos. O fóssil foi encontrado na província de Buenos Aires, e tem cerca de dez milhões de anos de idade.

© Foto / Gentileza Daniel Barasoain'Rump plate', ou escudo posterior do fóssil do pichiciego
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'Rump plate', ou escudo posterior do fóssil do pichiciego

Os tatus são uma família de mamíferos placentários caracterizada pela sua carapaça dorsal, cauda longa e extremidades curtas. Os pichiciegos-menores são considerados os menores tatus do mundo, medindo apenas dez centímetros, e são caracterizados por uma casca rosa coberta por pelos brancos.

"Os pichiciegos-menores são conhecidos por ser uma das espécies de mamíferos mais críticas e esquivas com os humanos, e uma das menos conhecidas", disse o paleontólogo espanhol Daniel Barasoain, doutorando do CONICET [agência governamental coordenadora da ciência] na Argentina e responsável pela descoberta em entrevista a Sputnik Mundo.

"Os espécimes atuais têm hábitos subterrâneos semelhantes aos das toupeiras e também noturnos. Além disso, sua população natural é bastante baixa, o que torna difícil encontrá-lo."

História dos pichiciegos-menores

Não há muitos dados sobre estes animais ou sua origem, o que sublinha a importância de ter encontrado o primeiro fóssil do gênero e espécie.

© Foto / Pedro CuarantaPichiciego-menor
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Pichiciego-menor

O fóssil tem cerca de 10 milhões de anos, e foi encontrado na província de Buenos Aires na década de 1970, mas permaneceu no acervo do Museu de Ciências Naturais Vicente Di Martino, em Monte Hermoso. Somente em 2019 os paleontólogos conseguiram determinar de que espécie se tratava.

"Temos duas mandíbulas, parte da armadura dorsal, um braço direito e uma estrutura única destes tatus, que é uma espécie de escudo traseiro em posição vertical. Estes pequenos animais o usam para compactar a terra atrás deles quando escavam suas galerias subterrâneas, o que os ajuda a evitar o colapso e a queda da galeria", acrescentou Barasoain.

Este fóssil lhes permitiu concluir que seu tipo de alimentação era muito semelhante ao dos pichiciegos de hoje. No entanto, o resto de sua biologia era bem diferente. Os antepassados tinham uma armadura grossa, enquanto os modernos tinham uma concha "do tamanho de uma folha de papel" para facilitar seus movimentos no subsolo.

© Foto / Gentileza Laboratorio de Preparación de Vertebrados Fósiles del CECOALPaleontólogo espanhol Daniel Barasoain segurando um pichiciego
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Paleontólogo espanhol Daniel Barasoain segurando um pichiciego

"O fóssil encontrado seria como uma transição entre um tatu comum, mais terrestre, e um pichiciego. Encontramos uma forma que estava a meio caminho de se adaptar ao ambiente subterrâneo. Isto nos permite estudar como as estruturas deste animal mudaram ao longo de milhões de anos", concluiu o paleontólogo.

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