De acordo com um comunicado do Comando Estratégico dos EUA (STRATCOM, na sigla em inglês), a implantação em Guam dos Lancer, pertencentes à 7ª Esquadra de Bombardeiros da base de Dyess, visa conduzir "missões estratégicas de dissuasão".
Regresso inesperado
Esta decisão marca o regresso dos bombardeiros pesados à região do Indo-Pacífico após, em meados de abril último e pela primeira vez em 16 anos, terem deixado a região.
No total, e segundo o STRATCOM, entidade que exerce o controle militar sobre todas as armas nucleares norte-americanas, foram destacados na sexta-feira, 1º de maio, quatro bombardeiros pesados B-1B e cerca de 200 militares para a Base Andersen da Força Aérea Americana na ilha de Guam, no Pacífico.
"Quatro bombardeiros e cerca de 200 militares do 9º Esquadrão da 7ª Esquadra de Bombardeiros sediada na Base da Força Aérea de Dyess, no Texas, foram destacados para apoiar os esforços de treinamento dos destacamentos aéreos do Pacífico, com aliados, parceiros e forças conjuntas para missões estratégicas de dissuasão e reforço do respeito pelas regras da ordem internacional na região do Indo-Pacífico", refere o comunicado do STRATCOM.
Três dos B-1B Lancer voaram diretamente para a base de Guam, enquanto o quarto se separou do grupo para voar para o leste do Japão e treinar conjuntamente nessa aérea com a Marinha norte-americana, prosseguiu o comunicado.
Duração da missão é desconhecida
A STRATCOM não especificou por quanto tempo os B-1 permaneceriam em Guam. Este posicionamento dos B-1 acontece um dia depois de dois outros B-1 terem sobrevoado o mar do Sul da China, em um voo de ida e volta de 32 horas desde a Base da Força Aérea de Ellsworth no Dakota do Sul.
Recorde-se que, durante a última semana, a Marinha dos EUA fez questão de marcar presença perto das águas disputadas do mar do Sul da China, tendo o destróier USS Barry cruzado duas vezes o estreito de Taiwan, acompanhado de perto por um porta-aviões chinês.
Segundo a mídia, em 28 de abril, aviões e navios chineses escoltaram o USS Barry para fora da zona depois que ele se aproximou das disputadas ilhas Paracel, reivindicadas pela China, Taiwan e Vietnã, tendo os militares chineses considerado tal ato como provocador e uma violação do direito internacional, sua soberania e interesses.
Bombardeiros dos EUA de volta
Em abril, os Estados Unidos suspenderam a rotação habitual de seis meses dos bombardeiros B-52, B-1 e B-2 na Base Andersen em Guam, chamando de volta os cinco bombardeiros Stratofortress B-52 posicionados em Guam à sua base no Dakota do Norte. Pela primeira vez em 16 anos, Guam ficou privada de bombardeiros pesados.
Assinale-se que os B-1B que aterrissaram em Guam são capazes de carregar cargas de maior potência que os B-52, incluindo bombas guiadas JDAM e mísseis de cruzeiro antinavio.