As diligências solicitadas pelo procurador-geral Augusto Aras ao ministro Celso de Mello, que trata do inquérito aberto no STF após acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro, incluem a oitiva de três ministros e de uma parlamentar, bem como a liberação de documentos relacionados à exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
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"Augusto Aras entendeu ser necessário ouvir os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) para o esclarecimento dos fatos, além da deputada federal Carla Zambelli (PSL/SP). Também solicitou a oitiva dos delegados da Polícia Federal Maurício Valeixo, Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem Rodrigues, para que prestem informações acerca de 'eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes'", informou o Ministério Público (MPF) por meio de nota.
PGR também solicita apuração de agressões sofridas por jornalistas
Além dos pedidos feitos no caso da PF, Augusto Aras também enviou ofício à procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP/DFT), Fabiana Costa Oliveira Barreto, solicitando a apuração de agressões sofridas por jornalistas durante ato realizado no último domingo (3) na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Ontem (3), apoiadores de Jair Bolsonaro voltaram a se reunir na capital federal, contrariando recomendações das autoridades sanitárias para evitar aglomerações, para protestar, na presença do presidente, contra o STF e o ex-ministro Moro e pedir uma nova intervenção militar no Brasil, aprofundando uma grave crise política no país em meio à pandemia do novo coronavírus.
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Durante essa manifestação, foram registrados atos de violência física e verbal contra profissionais da imprensa que faziam a cobertura do evento.
"Tais eventos, no entender deste procurador-geral da República, são dotados de elevada gravidade, considerada a dimensão constitucional da liberdade de imprensa, elemento integrante do núcleo fundamental do Estado Democrático de Direito. Em razão disso, observadas as eventuais condições de procedibilidade (art. 88 da Lei 9.099/1995), solicito a vossa excelência a adoção das providências necessárias à apuração dos fatos e responsabilização criminal dos seus autores", afirmou Aras.