Vários petroleiros iranianos já chegaram a portos venezuelanos carregando combustível. Agora, o representante americano para Caracas, Elliott Abrams, afirmou que a campanha de pressão contra a Venezuela está sendo empreendida "para ter a certeza de que todos reconhecem que esta seria uma transação muito perigosa para ser auxiliada".
Desta forma, Washington tem utilizado suas relações diplomáticas para pressionar governos, seguradoras, companhias de navegação e portos por meio de sanções, de maneira a frustrar qualquer ajuda ao transporte de combustíveis do Irã à Venezuela, reportou a Reuters após entrevista com Abrams.
Ainda de acordo com a mídia, uma fonte declarou que, entre as autoridades e governos avisados por Washington, figura o de Gibraltar, situado na rota dos navios-tanque.
Embora não se saiba ainda o real efeito de tais ameaças, Abrams declarou na entrevista:
"Eu não acho que você encontrará donos de navios, seguradoras, capitães e tripulações dispostos a se envolverem nessas transações no futuro."
Além disso, o americano demonstrou confiança no sucesso da política de Washington, ressaltando que o carregamento recebido pela Venezuela duraria poucas semanas e que, "em sua maioria, seria desviado por figuras leais a Maduro".
Crise de combustível
Apesar de ter uma das maiores reservas de petróleo no mundo, a Venezuela tem protagonizado aguda falta de combustíveis.
Em grande parte, a crise é efeito das sanções impostas por Washington ao país.
Para contornar o problema, a Venezuela começou a receber nesta semana um total de 1,53 milhão de barris de gasolina transportado em cinco navios-tanque a partir do Irã, apesar de temores de uma intervenção armada americana para impedir a transação.