As relações entre as duas superpotências econômicas vivem mais uma crise nos últimos meses. Washington responsabiliza Pequim pela pandemia do novo coronavírus, além de criticar o governo chinês em relação aos protestos em Hong Kong, por suposto roubo de tecnologias e práticas comerciais injustas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou não saber se a China e os EUA poderão se dar bem novamente depois de Pequim ter "presenteado" os EUA com o novo coronavírus.
"Seria bom se dar bem com a China. Não sei se isso vai acontecer. Acho que eles querem se dar muito bem conosco", disse Trump, falando aos jornalistas em Washington nesta sexta-feira (5), se referindo ao acordo comercial com a China, assinado no início deste ano.
"Acho que vejo o acordo comercial um pouco diferente do que há três meses atrás", observou ele. "A tinta do acordo ainda não tinha secado quando surgiu a praga", acrescentou o político.
Trump disse que o coronavírus foi "um presente da China - um presente muito ruim". O presidente alegou que Pequim impediu a COVID-19 de se espalhar na China, em Wuhan, mas não em outras partes do mundo.
"[A doença] não foi para Pequim, não foi para outras partes da China. Então diga, como isso chegou na Europa, no mundo e nos Estados Unidos?", questionou Trump.
"Eles sabiam que era um problema, mas não impediram que chegasse aos Estados Unidos, Europa e ao resto do mundo. Alguém tem que fazer essas perguntas e chegaremos à uma resposta", completou o presidente dos EUA.
Ao comentar a competição econômica global EUA-China, Trump insistiu que a economia do país asiático não seria capaz de alcançar a América e que os EUA em breve voltariam a ser a maior economia do mundo "depois de se recuperar do coronavírus".
As tensas relações entre os EUA e a China se deterioraram ainda mais na semana passada, depois de Washington tentar levar a questão da autonomia de Hong Kong ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. O presidente Trump ameaçou adotar sanções contra a China e retirar o status comercial especial de Hong Kong. Pequim, por outro lado, exigiu que Washington ficasse fora dos assuntos internos da China. Na quarta-feira, os EUA anunciaram a suspensão dos serviços aéreos comerciais chineses para os Estados Unidos a partir de 16 de junho.