Tradicionalmente, os satélites e naves espaciais são lançados com a ajuda de foguetes portadores acionados a partir do solo.
Contudo, engenheiros da Rússia desenvolveram há alguns anos um novo método de lançamento de foguetes a partir de aviões.
A tecnologia inclui o lançamento de foguetes verticalmente, o que também serve para o disparo de mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e antimísseis, publicou o portal Russkoe Oruzhie.
A peculiaridade da tecnologia está no fato de o jato do foguete não ser acionado no início do lançamento, mas só após este atingir uma distância segura da aeronave.
Desta forma, o foguete é desacoplado do avião por meio de impulso pneumático ou por pressão a vapor e só depois é que o seu motor é ligado.
Levando toneladas ao espaço
No desenvolvimento da tecnologia, os engenheiros estabeleceram o objetivo de realizar lançamentos a partir de dez e 11 quilômetros de altitude.
Para tanto, a então Agência Aeroespacial da Rússia pediu à Força Aérea uma modificação do avião de carga mais pesado do mundo, o An-124-100 Ruslan, destinado a ser a aeronave transportadora do foguete.
A aeronave passou por um processo de limpeza e modernização por uma empresa privada.
Logo em seguida, foi criado o foguete Polyot [voo, na tradução do russo], que teria como combustível uma mistura de oxigênio líquido e querosene. Enquanto o foguete era desenvolvido, o Ruslan era utilizado para transportar outras cargas de grande envergadura.
Após cálculos serem feitos, os engenheiros concluíram que o lançamento era possível mesmo se o foguete tivesse uma massa de 100 toneladas.
Também foi determinado que o foguete poderia levar até a órbita baixa dos polos terrestres satélites com massa de até 3,5 toneladas, ou 4,5 toneladas até a órbita equatorial.
Projeto congelado
O projeto russo acabou chamando a atenção de países estrangeiros. Como a tecnologia de lançamento aéreo é mais vantajosa a partir do equador, a Indonésia até sugeriu utilizar uma de suas ilhas equatoriais para este fim e participar do financiamento do projeto.
No entanto, o comando da Força Aérea russa, vendo que o avião Ruslan, restaurado com o dinheiro de investidores, gerava lucro, decidiu mantê-lo na sua posse, o que impediu que o projeto espacial fosse adiante.