O acordo, que o Irã assinou com os EUA, Reino Unido, Alemanha, França, China e Rússia em 2015, está se desfazendo desde que o presidente Donald Trump retirou Washington em 2018 e restabeleceu as sanções destinadas a aleijar Teerã sob o que os EUA chamavam de "campanha de máxima pressão".
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, afirmaram que estender um embargo permanente às armas da ONU contra o Irã agora é uma prioridade para Washington.
Mas conversando com os repórteres nesta terça-feira (9), depois de conversas com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, o chefe de Política Externa da UE, Josep Borrell, insistiu que, desde que os EUA desistiram do acordo nuclear, conhecido como Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), eles não podem mais alegar ter papel nele.
"Os Estados Unidos se retiraram do JCPOA e agora não podem alegar que ainda fazem parte do JCPOA para lidar com essa questão do acordo do JCPOA. Eles se retiram. Está claro. Eles se retiraram", disse Borrell.
Na segunda-feira (8), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou o governo Trump de desencadear uma campanha politicamente motivada contra o Irã e pediu uma "condenação universal" da tentativa dos EUA de fazer com que o Conselho de Segurança da ONU imponha um embargo permanente de armas.
A UE vê o acordo nuclear como um pilar fundamental da segurança regional e mundial e tem lutado para manter o pacto vivo, apesar da pressão dos EUA. Borrell é encarregado de supervisionar a maneira como o pacto é aplicado e de ajudar a resolver disputas entre as partes.