Em 2008 foi descoberta uma estrutura perto das ruínas da Pirâmide Negra em Hawara, Egito, que revelou ser um complexo de edifícios e galerias, chamado de "labirinto" pelo famoso historiador grego Heródoto, construído pelo faraó Amenemés III no século XIX a.C.
O pesquisador Ben Van Kerkwyk revelou a descoberta em um vídeo no YouTube, chamando-a de "enorme salto à frente" e "uma oportunidade de [...] aprendizagem histórica, que não presenciamos em um século", escreve o jornal Express.
"Esta era uma estrutura gigantesca e mítica, dita por alguns para ter superado as conquistas das pirâmides, uma enorme variedade de milhares de salões subterrâneos, templos e câmaras, de várias vezes o tamanho de todos os locais de templos egípcios conhecidos", descreveu.
Crônica arqueológica
Devido à falta de provas visíveis, a história foi durante muito tempo considerada uma lenda, até o egiptólogo Flinders Petrie redescobrir o local no final do século XIX, o que levou especialistas a teorizar que o labirinto foi demolido sob o reinado de Ptolomeu II no século III a.C., e usado para construir a cidade vizinha de Shedyt para homenagear sua esposa Arsinoe.
O arqueólogo explicou que Petrie encontrou os restos de uma fundação de pedra de mais de 300 metros de largura, quatro metros abaixo da areia.
"Esta estrutura foi visitada e testemunhada em primeira mão pelos grandes historiadores de milênios passados, mas acabou se perdendo para as areias do deserto e sua presença física permaneceu desconhecida por mais de 2.000 anos", diz.
Kerkwyk ainda criticou as autoridades locais por sua "inação" em preservar o patrimônio, notando também o aumento do nível de água, ambos os quais diz estarem arruinando o potencial do local, apenas restando tijolos de lama à vista.
"Ele [Petrie] concluiu que estes eram os restos das fundações do labirinto, com a própria estrutura sendo há muito tempo extraída e destruída", diz Ben Van Kerkwyk, teorizando que o arqueólogo do século XIX encontrou um teto ou telhado, e não a base da estrutura.
Segundo Kerkwyk, foi o radar de penetração usado na pesquisa em 2008 pela Expedição Mataha, uma colaboração entre autoridades egípcias, a Universidade de Ghent da Bélgica e financiada pelo artista contemporâneo Louis De Cordier, que permitiu averiguar isso, e o sítio ainda foi escavado.
"É uma coisa rara para os antigos mistérios históricos serem totalmente resolvidos", apontou.