Segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo, análise de documentos relativos aos 28 anos de atividade parlamentar de Bolsonaro, de 1991 a 2018, mostra rotatividade salarial atípica de funcionários, que atingiriam cerca de um terço das mais de 100 pessoas que trabalharam em seu gabinete.
Por meio do Twitter, Randolfe afirmou que pedirá investigação ao Ministério Público Federal sobre o "vaivém" no gabinete de Bolsonaro, que para o senador pode se configurar na "prática da rachadinha" - esquema de corrupção que ocorre quando funcionários de um gabinete devolvem parte de seus salários para um político ou assessores.
Estamos acionando o MPF p/ investigar esse “vaivém” no gabinete de Bolsonaro: movimentações atípicas de servidores que indicam provável prática de RACHADINHA no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro. Deve responder à justiça e ao país!https://t.co/Bls4rbLalO
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷 (@randolfeap) July 5, 2020
De acordo com a matéria da Folha de S.Paulo, em alguns casos funcionários foram exonerados e recontratados no mesmo dia, prática que acabou sendo proibida pela Câmara por lesar os cofres públicos. A movimentação pode indicar a tentativa de obtenção indevida de recebimento da rescisão contratual.
Assessores investigados trabalharam para Bolsonaro
Além disso, assessores teriam salários dobrados, triplicados e quadruplicados e, pouco tempo depois, as remunerações eram reduzidas a menos da metade.
Outro dado revelado pela reportagem é que nove assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, atualmente senador, que tiveram o sigilo quebrado pela Justiça na investigação sobre corrupção na Assembleia Legislativa do Rio, foram lotados, antes, no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Pelo menos seis deles estão na lista dos funcionários que tiveram intensa movimentação salarial no gabinete de Bolsonaro na Câmara.
Um desses assessores, de acordo com a reportagem, é Nathália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, suspeito de operar esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro. Acusada de trabalhar como personal trainer no Rio enquanto era contratada na Câmara, ela passou por oscilações salariais e foi demitida no mesmo dia em que seu pai foi exonerado por Flávio, em 15 de outubro de 2015.