A Claro, do grupo America Movil, controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim, usou a tecnologia 5G DSS (compartilhamento de espectro dinâmico) da companhia sueca Ericsson para oferecer a seus clientes uma "experiência 5G" usando a rede 4G existente.
Paulo César Teixeira, um dos gerentes da Claro no Brasil, disse à Agência AFP que essa conexão é até 12 vezes mais rápida que a 4G. Ainda segundo ele, o 5G será ainda mais poderoso quando sua própria rede estiver em serviço no país.
No momento, esse serviço está disponível apenas nas áreas da avenida Paulista e Jardins, em São Paulo, e no bairro de Ipanema, no Rio, e acessível apenas a usuários com dispositivos autorizados a usar essa tecnologia.
Teixeira justificou essa escolha de distritos chiques do eixo Rio-SP por uma "maior densidade de tráfego" de dados. A operação deve se estender a outros nove distritos das duas cidades nas próximas semanas.
Em setembro, será a vez da operadora italiana Tim colocar o 5G em serviço com o DSS em três cidades dos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Bolsonaro irá barrar a Huawei?
A chamada para a rede 5G no Brasil, que deveria ter ocorrido inicialmente este ano, foi adiada para 2021 devido à pandemia da COVID-19.
As apostas são altas, devido à pressão dos Estados Unidos em seus aliados para que a chinesa Huawei seja excluída das redes 5G mundo afora, com Washington acusando a empresa de espionagem em nome de Pequim.
O presidente Jair Bolsonaro tentou, desde o início de seu mandato, um ano e meio atrás, estabelecer laços estreitos com o governo do presidente estadunidense Donald Trump, com quem ele compartilha afinidades ideológicas.
Contudo, também é necessário para Bolsonaro poupar Pequim, sendo a China o primeiro parceiro comercial do Brasil. Assim, a negociação em torno do 5G da Huawei em terras brasileiras deve se aprofundar nos próximos meses.
O Reino Unido anunciou na terça-feira (14) sua decisão de excluir qualquer equipamento produzido pela Huawei de sua rede 5G, citando um risco para a segurança do país.
O grupo chinês descreveu a decisão como "decepcionante e errada", mas disse que "é lamentável que o seu futuro no Reino Unido tenha sido politizado, devido à política comercial dos EUA e não por razões de segurança".