O Brasil poderá sofrer "consequências" econômicas negativas se manter a gigante tecnológica Huawei no leilão da rede 5G, avisa o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman.
"Eu diria que represálias não, consequências sim", afirmou o diplomata norte-americano em entrevista ao jornal O Globo.
"Cada país é responsável por suas decisões. As consequências que estamos vendo no mundo é que há um receio de empresas que estão baseadas na propriedade intelectual de fazer investimentos em países onde essa propriedade intelectual não seja protegida."
Segundo refere o diplomata, países como Austrália, Japão e Reino Unido, o último dos quais planeja remover completamente a Huawei da rede de telecomunicações até 2027, já abandonaram seus planos "por questão de segurança".
Esta não é a primeira vez que Washington adverte Brasília por permitir a participação da Huawei na construção da rede 5G brasileira. Anteriormente, em janeiro, Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, retrucou em resposta à pressão dos EUA que o próprio Brasil decidiria que empresa escolher para levar avante o processo.
A empresa chinesa é acusada por governos ocidentais, principalmente pelos EUA, de ser uma arma de espionagem da China, algo que Pequim rejeitou repetidamente.
É planejado que o leilão de atribuição do construtor da rede 5G no Brasil seja realizado em 2021.