Depois de "ploonetas", satélites de grandes exoplanetas que são expulsos da órbita planetária para a órbita estelar, como um planeta, e subsatélites, que orbitam um satélite de um planeta existente, cientistas da Universidade Kagoshima, Japão, encontraram em 2019 corpos celestes chamados "blanetas", que orbitam uma área segura em volta do evento-horizonte dos buracos negros, e os quais decidiram investigar, relata o portal Science Alert.
Embora existam estrelas (como no caso das estrelas à volta do Sagitário A*, um buraco negro supermassivo localizado no centro da Via Láctea) e exoplanetas que possam ser capturados por buracos negros supermassivos, os pesquisadores consideram que a nova categoria de corpos celestes também está na esfera de influência desses fenômenos cósmicos.
O processo é semelhante ao da formação dos planetas junto das estrelas, em que uma aglomeração em uma nuvem de gás desaba sobre ela mesma, girando, criando uma protoestrela. À medida que gira, o material da nuvem ao redor forma um disco que se alimenta desse material, enquanto um pouco mais longe da estrela, onde o material está orbitando de forma mais estável, um planeta pode se formar.
"Nossos resultados sugerem que os blanetas poderiam ser formados em torno de núcleos galácticos ativos de luminosidade relativamente baixa durante sua vida útil [100 milhões de anos]", teorizam os pesquisadores no estudo publicado no portal de pré-impressão arXiv, e submetido à revista científica The Astrophysical Journal.
"[...] O sistema de blanetas é extraordinariamente diferente ao dos planetas padrão, como a Terra, nos sistemas de exoplanetas. A estabilidade dinâmica de tal sistema em torno de um buraco negro supermassivo pode ser um assunto interessante para estudos futuros", apontam os autores da pesquisa.
Em um estudo publicado em 2019, a equipe de Keiichi Wada, o responsável pela pesquisa, referiu que o processo de formação dos "blanetas" poderia ser mais eficaz em certas distâncias à volta de buracos negros do que perto de estrelas, embora houvesse críticas aos cálculos com os quais a equipe chegou a essa conclusão.
A existência dos "blanetas" continua em questão devido à dificuldade em detectar esses corpos celestes, mas abre portas interessantes para explorar o espaço extremo em torno dos buracos negros supermassivos.