Durante a Guerra Fria, a CIA tentou desenvolver um drone nuclear do tamanho de um pássaro para espionar a União Soviética e outros países do bloco comunista. O projeto, contudo, nunca foi completado.
A razão pela qual os planos de desenvolvimento do drone foram descartados permanece desconhecida, segundo documentos desclassificados pela agência de inteligência norte-americana.
O denominado Projeto Aquiline previa a criação de uma frota de 12 pequenos drones, propulsados por energia nuclear, que poderiam permanecer no ar por períodos de até um mês e atuar como aviões espiões robóticos, assim como entregadores de cargas secretas.
A CIA planejou o Aquiline como a primeira plataforma não tripulada de coleta de inteligência. A missão deste programa secreto era "desenvolver, alcançar e manter uma capacidade operacional para realizar reconhecimentos encobertos e penetrar em áreas negadas".
Um drone parecido com um pássaro
O Aquiline tinha que ser o mais parecido possível com um pássaro e a CIA o descreveu como um "pequeno veículo sub-reptício, parecido com um pássaro, com uma seção transversal acústica, visível e com radar, suficientemente pequeno para o permitir operar no ambiente de sinais físicos naturais das aves vivas".
Desta forma, os radares e guardas humanos deveriam confundir o drone com um pássaro e dariam pouca atenção ao mesmo, informa a revista Popular Mechanics.
O drone poderia voar muito mais próximo de seus alvos que um avião tripulado, produzindo fotografias de alta resolução e registrando sinais eletromagnéticos mais fortes.
Aquiline seria controlado por equipamentos de terra móveis em países fronteiriços com a União Soviética ou a China, como Taiwan, a Turquia ou a Noruega. Transmitiria seus dados a um avião de reconhecimento U-2R, que se encontraria próximo.
Por que o projeto teria sido cancelado?
Contudo, o projeto foi em algum momento cancelado, mas não está claro o porquê. Provavelmente, devido à sua complexidade técnica.
"Teria sido um programa técnico muito complexo, com problema de sigilo, transmissão de dados e propulsão, tudo em um dispositivo muito pequeno. O uso da geração radiotérmica teria agregado um nível ainda maior de complexidade", sugeriu a Popular Mechanics.
Além do mais, o Aquiline também "dependia em grande parte de uma artimanha" e, se os soviéticos ou chineses descobrissem, seus aviões de combate "poderiam derrubá-lo facilmente", concluiu a revista.
Deste modo, o Aquiline não passou de um projeto na comunidade de inteligência.