Quase uma década passada desde que o marcante contrato de US$ 4,3 bilhões (R$ 23,9 bilhões) da Lockheed Martin foi firmado, entre o Iraque e os EUA, para o fornecimento de caças F-16 ao país, alguns pilotos iraquianos afirmam que atualmente não há muito para mostrar como resultado dos investimentos, informa a Fox News.
Além disso, o canal cita que os pilotos temem que a Força Aérea do Iraque não esteja pronta para combater outra onda do Daesh (movimento terrorista proibido na Rússia e em outros países) ou ameaça emergente.
'Dinheiro perdido'
De acordo com dois pilotos da Força Aérea do Iraque, falando em condição de anonimato, têm surgido questões ao longo dos últimos meses.
Depois do assassinato do comandante iraniano Qassem Soleimani, em 3 de janeiro, e dos ataques de mísseis em retaliação contra duas bases norte-americanas em território iraquiano, Washington retirou parte de suas tropas, incluindo da base de Balad, que abrigava os caças F-16.
Após o lançamento de mísseis por milícias no país árabe, de acordo com o Pentágono, prestadores de serviços da Lockheed Martin também se retiraram da base entre os dias 4 e 8 de janeiro deste ano.
"[...] A Lockheed retirou seus funcionários. Contudo, todas estas aeronaves [F-16] precisam passar por manutenção e ser supervisionadas [...] Contudo, devido a falta de peças, o Ministério da Defesa do Iraque começou a fazer suas próprias peças, o que não é permitido e, efetivamente, anula a garantia delas", comenta uma fonte citada.
Foi alegado que muitas aeronaves estão em terra, com o pessoal da Força Aérea iraquiana pouco qualificado para garantir sua manutenção. Portanto, isto significa que os pilotos iraquianos "não podem ter seus voos mensais de certificação, fazendo com que não estejam prontos para combate".
A situação foi descrita como grave, pois os caças F-16 representam "essencialmente sua maior arma contra o Daesh", que ainda realiza ataques frequentes no território que ocupou anteriormente na Síria e no Iraque.
"Tanto dinheiro perdido. Os aviões têm má manutenção; passou-se de 18 a 20 aeronaves totalmente capazes de combater para somente sete agora", lamenta uma fonte.
Falhas no contrato foram negadas
Autoridades do governo dos EUA, citadas pela Fox News, garantem que a Lockheed Martin continua a prover a manutenção dos F-16 no Iraque.
"A companhia de assistência de segurança tem trabalhado diligentemente com nossos parceiros iraquianos para apoiar seu programa dos F-16", comenta a autoridade.
Um porta-voz da companhia norte-americana insiste que a Lockheed Martin "valoriza a relação e parceria que temos com a Força Aérea do Iraque".
Contrato marcante
Em 2011, o Iraque assinou um acordo de compra de 18 aeronaves para fortalecer as capacidades da Força Aérea do país árabe. Isso foi seguido por uma segunda encomenda de 18 aviões em outubro de 2012.
Assim, os primeiros caças chegaram em 2014, o que foi descrito como um "novo capítulo" pelo enviado do Iraque aos EUA na época, considerando os esforços da Força Aérea para se reestruturar.