O rei de Bahrein, Hamad bin Isa Al-Khalifa, informou que disse a Pompeo que seu país continua comprometido com a Iniciativa de Paz Árabe - que pede a retirada completa de Israel dos territórios palestinos ocupados depois de 1967, em troca da paz e da normalização total das relações.
"O rei enfatizou a importância de intensificar os esforços para encerrar o conflito palestino-israelense de acordo com a solução de dois Estados [...] para o estabelecimento de um Estado palestino independente com Jerusalém oriental como sua capital", informou a Agência de Notícias de Bahrein.
Pompeo esteve em Manama como parte de uma viagem ao Oriente Médio com o objetivo de estabelecer mais laços entre Israel e o mundo árabe depois de um acordo mediado pelos EUA com os Emirados Árabes Unidos.
O diplomata-chefe dos EUA afirmou estar esperançoso de que outras nações sigam os Emirados Árabes Unidos, que no início deste mês se tornou apenas o terceiro país árabe a concordar em estabelecer relações com o Estado judeu. A primeira parada do secretário Pompeo foi em Bahrein.
Glad to arrive in the Gulf today with Bahrain as my first stop. We need Gulf unity now more than ever to counter Iran and to build lasting peace and prosperity. The Abraham Accords show that peace is achievable. Seizing the momentum is vital. pic.twitter.com/p8Sot01dXy
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) August 25, 2020
Feliz em pousar no golfo [Pérsico] hoje [25 de agosto], com Bahrein sendo minha primeira parada. Nós precisamos da unidade do golfo [Pérsico] mais do que nunca para combater Irã e desenvolver paz e segurança duradouras. Os Acordos de Abraão mostram que a paz é alcançável. Aproveitar o momento é vital
No entanto, o governo de transição do Sudão frustrou na terça-feira (25) as esperanças de um avanço rápido, dizendo que "não tem mandato" para dar um passo tão importante.
Por sua vez, Bahrein ecoou os sentimentos de seu aliado de peso regional, a Arábia Saudita, de que um acordo com Israel não se materializaria sem o estabelecimento de um Estado palestino independente.
Irã como alvo na região
Diante do revés diplomático, Pompeo pontuou em um tweet apenas que discutiu com os governantes reais de Bahrein o desenvolvimento da "paz e segurança" e "combate da ameaça do Irã".
Honored to meet with His Majesty Hamad bin Isa Al Khalifa in Bahrain. I thanked him for our continued friendship and strategic partnership. We remain committed to building peace and security to advance greater unity among Gulf countries, and counter the threat from Iran.
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) August 26, 2020
Honrado em conhecer sua majestade Hamad bin Isa Al-Khalifa em Bahrein. Eu o agradeci pela nossa contínua amizade e parceria estratégica. Nós permanecemos comprometidos em desenvolver paz e segurança em busca da unidade superior entre países do golfo [Pérsico], e do combate da ameaça do Irã
Manama, cujos contatos com Israel datam da década de 1990, foi o primeiro país do Golfo a receber a reaproximação dos Emirados Árabes Unidos e foi considerado um favorito a seguir seus passos.
Como a maioria dos países do Golfo, Bahrein compartilha com o Estado judeu um inimigo comum no Irã, que Manama acusa de instigar protestos da comunidade muçulmana xiita do país contra a dinastia sunita Al-Khalifa.
Mas a polêmica medida dos Emirados Árabes Unidos foi recebida com críticas de algumas partes do mundo árabe, com a liderança palestina condenando-a como uma "facada nas costas", e até mesmo os aliados dos EUA na região foram cautelosos em sua resposta.