Um embrião preservado do dinossauro saurópode, que viveu há 80 milhões de anos, foi encontrado e analisado por equipe internacional de pesquisadores. Os resultados da pesquisa foram publicados na quinta-feira (26) na revista científica Current Biology.
O saurópode, conhecido pelo pescoço comprido e cabeça pequena, foi um dos maiores dinossauros que já viveram na Terra e entre os principais achados dos cientistas estão indícios sobre como viviam esses animais, que habitavam a região que é hoje conhecida como Patagônia.
"O espécime estudado em nosso trabalho representa o primeiro crânio embrionário 3D preservado de um saurópode", afirma Martin Kundrat, autor principal do estudo, ao portal científico Phys.org. Kundrat explica que "a característica mais marcante é a aparência da cabeça, o que implica que filhotes de dinossauros gigantes podem diferir em onde e como viveram em seus primeiros estágios de vida".
Nova técnica
No estudo, a equipe de Kundrat usou uma nova tecnologia de imagem para estudar a estrutura interna dos ossos, dentes e tecidos moles do dinossauro embrionário. As análises permitiram que a equipe encontrasse detalhes ocultos, incluindo pequenos dentes preservados profundamente em minúsculas cavidades mandibulares.
A nova técnica permitiu aos pesquisadores reconstruir a aparência mais plausível do crânio em saurópodes antes da eclosão do ovo. Esses detalhes são úteis para comparações taxonômicas ou de desenvolvimento entre dinossauros relacionados.
As descobertas sugerem que os jovens saurópodes tinham cabeça e rosto específicos, que se mudavam à medida que os jovens dinossauros cresciam e se tornavam adultos.
"Os ovos de dinossauro são para mim como cápsulas do tempo que trazem uma mensagem dos tempos antigos", comenta Kundrat. "Nosso estudo revelou vários novos aspectos sobre a vida embrionária dos maiores dinossauros herbívoros que viveram em nosso planeta", acrescenta o pesquisador.