Raios gama no coração da Via Láctea 'matam' hipótese sobre matéria escura

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Após longos debates, os astrônomos propuseram uma teoria que explica o excedente de radiação gama conhecido como o Excesso GeV do Centro Galáctico.

Um novo estudo descarta a hipótese que a matéria escura consiste em partículas massivas de interação fraca (WIMPs, na sigla em inglês), a candidata mais promissora para a matéria que os astrofísicos dizem constituir até 23% do Universo, informa o portal EurekAlert.

A matéria escura é invisível, não emitindo, refletindo ou absorvendo luz.

Os cientistas pensavam anteriormente que o brilho misterioso da radiação gama, também chamado de Excesso GeV do Centro Galáctico, observado no coração da Via Láctea, detectado pelo Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama em 2008, seria produzido por matéria escura se aniquilando.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) e do Instituto Politécnico e da Universidade Estadual da Virgínia, EUA, executaram modelos de simulação para testar esta hipótese. De acordo com os resultados do estudo, publicados em 20 de agosto na revista Physical Review D, os raios gama observados na Via Láctea não poderiam ter sido produzidos por WIMPs.

"Durante cerca de 40 anos, a principal candidata a matéria escura entre os físicos de partículas foi uma partícula térmica de interação fraca e de baixa escala, e este resultado descarta pela primeira vez essa candidata até partículas de massa muito alta", disse Kevork Abazajian, professor de física e astronomia da UCI.

Ao mesmo tempo, os cientistas não rejeitam que a matéria escura possa estar produzindo o brilho misterioso, mas observam que a radiação gama pode ser produzida por outros fenômenos astrofísicos.

"Analisamos todas as diferentes modelagens que acontecem no centro galáctico, incluindo gás molecular, emissões estelares e elétrons de alta energia que dispersam fótons de baixa energia", disse Oscar Macia, coautor do estudo.

"Há muitas candidatas alternativas à matéria escura por aí. A busca será mais semelhante a uma expedição de pesca em que ainda não se sabe onde estão os peixes", apontou o astrofísico Abazajian da Universidade da Califórnia, Irvine.

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