O presidente dos EUA, Donald Trump, quando afirmou que "construí um sistema de armas nucleares que ninguém jamais teve", podia estar se referindo a "uma ogiva W76 modificada", a W76-2, "que produz um estoiro menor" que a W76, que existe há décadas, sugeriu a revista Popular Mechanics.
Poderia ser a nova ogiva nuclear W76-2, projetada para caber nos mísseis balísticos submarinos Trident D-5 da Marinha dos EUA. A W76-2 já foi equipada no submarino nuclear USS Tennessee no final de 2019.
A W76-2 foi mencionada pela primeira vez pela administração Trump, em fevereiro de 2018, como uma arma para "ajudar a contrariar qualquer percepção equivocada de uma 'lacuna' explorável na capacidade de dissuasão regional dos EUA", destacou a revista.
Mais recentemente, Trump elogiou a nova arma no novo livro de Woodward, "Rage" ("Raiva"), do qual o jornal The Washington Post publicou vários trechos na quarta-feira (9).
"Eu construí um sistema de armas nucleares que ninguém jamais teve neste país. Temos coisas de que você ainda nem ouviu falar ou viu. Temos coisas de que [Vladimir] Putin e Xi [Jinping] nunca ouviram falar antes. Não há ninguém, o que nós temos é incrível", disse o presidente dos EUA, segundo citado pelo diário.
A W76, que entrou em serviço em 1978, tem um rendimento explosivo de aproximadamente 100 quilotons, segundo a Popular Mechanics, cerca de seis vezes a potência da bomba atômica americana que foi lançada sobre Hiroshima em 1945 e que matou cerca de 200.000 pessoas.
No momento, diz a mídia, a Marinha dos EUA possui 12 submarinos de mísseis balísticos movidos a energia nuclear, cada um equipado com "aproximadamente 20" mísseis submarinos Trident D-5. Cada D-5 pode transportar quatro-cinco ogivas.
Na semana passada, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, observou que os EUA estão implantando bombas nucleares de baixo rendimento, o que desestabiliza a dissuasão nuclear global, e não as ações da Rússia. Isso foi dito em resposta a Robert Soofer, secretário adjunto de Defesa dos EUA, que declarou que a Rússia estava iniciando uma corrida armamentista na área das armas não estratégicas.