A Autoridade Palestina (AP) e o Hamas pró-palestinos lamentaram a assinatura, marcada para terça-feira (15), de acordos de normalização de Israel com Bahrain e os Emirados Árabes Unidos (EAU) em Washington, EUA, como um "dia obscuro" e uma "facada nas costas", relata na segunda-feira (14) a agência AFP.
"Amanhã [15], testemunharemos um dia obscuro na história do mundo árabe, de derrota para as instituições da Liga Árabe, que não estão unidas, mas divididas", disse Mohammad Shtayyeh na reunião semanal de seu gabinete da AP.
"Esta será outra data a ser acrescentada ao calendário da miséria palestina", afirmou, adicionando que a AP teria que "corrigir" sua relação com a Liga Árabe por sua recusa em condenar os dois acordos de normalização firmados desde o mês passado.
O premiê palestino foi ainda mais longe, informa o jornal Haaretz.
"Amanhã a iniciativa árabe de paz morre, assim como o consenso árabe, e é nosso dever como palestinos sairmos unidos desta crise", comentou.
Os palestinos convocaram protestos na terça-feira (15) para coincidir com a cerimônia de assinatura na capital dos EUA, e exortaram outros Estados árabes a "não participarem das celebrações".
Um ex-chefe do serviço de inteligência israelense do Mossad, Efraim Halevy, disse em um fórum on-line a jornalistas locais que as cerimônias não eram "um acordo de paz, não é paz por paz, mas, sim, interesses por interesses".
Bahrain e os EAU não têm travado guerras contra Israel, ao contrário do Egito e da Jordânia que assinaram tratados de paz com Israel em 1979 e 1994, respectivamente.