Comentando a terceira fase de testes clínicos da vacina russa Sputnik V, o diretor-geral do Fundo Russo de Investimento Direto (RFPI, na sigla em russo), Kirill Dmitriev, declarou:
"Em apenas duas semanas 55 mil voluntários foram já recrutados em Moscou, o que é mais do que os 40 mil necessários para a fase pós-registro dos testes clínicos da vacina Sputnik V."
Explicando os motivos da grande adesão popular aos testes, Dmitriev acrescentou:
"A grande velocidade do recrutamento é em grande parte devida à compreensão da segurança e eficácia da plataforma de vetores de adenovírus humanos, o qual é a base da vacina russa e foi repetidamente testada por especialistas de diferentes países. Mais de 250 testes clínicos foram feitos e mais de 75 publicações internacionais foram emitidas confirmando a segurança das vacinas e de drogas medicinais baseadas em adenovírus humanos."
Ainda sobre efeitos colaterais e riscos da vacina, Dmitriev disse:
"Especialistas provaram a ausência de possíveis efeitos colaterais sérios da plataforma de vetores de adenovírus humanos, em contraste com as novas e ainda não comprovadas tecnologias de vetores de adenovírus de macaco ou mRNA [RNA mensageiro]."
Por sua vez, as companhias farmacêuticas Pfizer e Moderna, que se basearam em tecnologia não testada de RNA mensageiro, ainda não recrutaram 30 mil pessoas para os testes clínicos de terceira fase, embora tenham começado a recrutar voluntários nos finais de abril e julho respectivamente.
Já a AstraZeneca, desenvolvedora de uma vacina com vetor de adenovírus de macaco, planeja recrutar 30 mil voluntários americanos nos próximos dois meses.
Sputnik V
No início de agosto passado foi feito na Rússia o primeiro registro de uma vacina contra a COVID-19, a Sputnik V.
Desde então, o medicamento tem ganhado atenção no mundo, enquanto os estados do Paraná e Bahia já fecharam acordos com a Rússia para o recebimento de pelo menos 50 milhões de doses da vacina.