"Se não nos unimos, Morales volta", disse Áñez em uma declaração gravada, um dia após ter sido realizada uma pesquisa de intenção de voto que a deixou em quarto lugar nas preferências, com apenas 10% de apoio, 30 pontos mais abaixo que o candidato Luis Acre, do MAS.
A governante, que assumiu o poder após um golpe de Estado que derrubou Evo Morales em novembro passado, afirmou que tomou a decisão "por um bem maior", uma vez que procura a unidade do centro-direita para evitar que o Movimento ao Socialismo possa ganhar a primeira volta.
Em discurso breve, a ex-deputada pediu "a quem seja candidato democrático para enfrentar o MAS", que conserve "algumas coisas importantes" de seu "legado", entre as quais mencionou "a pacificação, a estabilidade econômica e 10% do orçamento para a saúde".
Logo após a renúncia de Áñez à corrida presidencial, Evo Morales escreveu em sua conta no Twitter que a saída de Áñez "há muito que estava decidida" e que "só faltava negociar a sua impunidade".
"É claro que o preço de sua nova aliança é a impunidade pelos escandalosos casos de corrupção em meio à pandemia [...] e pelo economicídio a que submeteu o país", escreveu o líder do MAS.
Evo Morales, que vive atualmente exilado na vizinha Argentina, recorreu ao Tribunal Constitucional de La Paz para anular uma decisão recente da comissão eleitoral da Bolívia, que o proibiu de concorrer nas eleições ao Senado.