A área destruída pelo fogo chega a quase 30 mil km², segundo os dados divulgados pelos dois estados. Essa área representa um território maior que o estado de Alagoas, informou Agência Brasil.
Por meio da análise de imagens de satélites e do sobrevoo, agentes federais tentam entender o percurso percorrido pelas chamas desde o ponto de origem do fogo. O objetivo seria apurar eventual responsáveis e responsabilizá-los por crimes ambientais.
Órgãos estaduais sul-mato-grossenses também estão realizando uma apuração conjunta com o propósito de identificar a origem dos incêndios.
Nesta quarta-feira (16), servidores do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), bombeiros, policiais militares e civis e peritos da secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública foram a campo a fim de começar a cumprir o plano de inspecionar 35 propriedades rurais apenas nesta primeira fase da apelidada Operação Focus.
Entre as hipóteses investigadas está a de que proprietários rurais autorizados a queimar parte da vegetação para limpar suas terras tenham perdido o controle das chamas, que avançaram pela vegetação seca devido a mais severa estiagem das últimas décadas. Outra hipótese é a de que as queimadas tenham sido intencionais.
Em 16 de julho, o governo federal proibiu as queimadas em todo o país por 120 dias.
A medida visa reduzir o número de focos de incêndio em florestas durante o período de seca, que se agrava entre os meses de agosto e outubro. A mesma medida já havia sido adotada em 2019, mas no fim de agosto e com validade de apenas 60 dias. Na última segunda-feira (14), a situação levou o governo de Mato Grosso do Sul a decretar situação de emergência que foi no mesmo dia pelo governo federal.
De acordo com a Polícia Judiciária Civil, quem é responsabilizado em casos como estes pode ser condenado a penas de reclusão de dois a quatro anos, além de ter que pagar multas cujos valores podem variar entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare de vegetação afetada.