"Na Hungria, somos muito rígidos quanto a não gostar de uma sociedade paralela, ou de uma sociedade aberta, ou de uma cultura mista", disse ele à agência Reuters. "Não achamos que uma mistura de sociedade muçulmana e cristã poderia ser pacífica e fornecer segurança e boa vida para as pessoas".
A migração na Hungria é uma "questão de segurança nacional", prosseguiu Orban, que anteriormente afirmou que "o multiculturalismo falhou na Europa".
Ninguém pode entrar na Hungria "sem ter um procedimento legalmente concluído e obter uma permissão clara para fazê-lo", acrescentou o premiê húngaro na entrevista desta sexta-feira (25).
Os comentários de Orban vieram um dia depois de discutir a migração com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, em Bruxelas. O novo plano de migração do bloco forçaria a Hungria a dar as boas-vindas aos requerentes de asilo, disse o primeiro-ministro húngaro, mas saudou o fato de que "alguns tabus desapareceram".
Orban citou, em particular, o enfoque reforçado no envio de pessoas que não se qualificam para asilo na UE de volta aos seus países de origem.
O líder da Hungria ainda acredita que os pedidos de asilo devem ser administrados em "pontos críticos" fora das fronteiras da UE, e que aqueles que se aproximam da fronteira seriam detidos. Grupos de direitos humanos dizem que deter requerentes de asilo, ou empurrá-los de volta para a fronteira, vai contra o direito de pedir asilo, consagrado no Direito Internacional Humanitário.
Desde que a Hungria adotou suas políticas de linha dura após um aumento de chegadas no mar Mediterrâneo em 2015, ela já perdeu uma série de processos judiciais sobre migração no tribunal superior da UE.
Embora seja "muito cedo para considerar um veto húngaro", Orban deixou claro que Budapeste não concordaria com nada que pudesse levar a Hungria a ser obrigada a aceitar pessoas vindas do Oriente Médio ou da África.