"Sooronbai Zheenbekov renunciou [à presidência]. O presidente do Parlamento, Kanat Isaev, se recusou a exercer o Poder Executivo. Agora, os poderes do presidente e do primeiro-ministro passaram para mim", declarou.
Após o anúncio expresso em praça central no centro de Bishkek, os apoiadores de Zhaparov começaram a celebrar, cantando o hino nacional.
Nesta quinta-feira (15), durante discurso à nação, o ex-presidente quirguiz Zheenbekov anunciou renúncia. Segundo a Constituição do Quirguistão, após a renúncia do chefe de Estado, os poderes são transferidos para o presidente do Parlamento. Se o presidente do Parlamento não puder assumir as funções do chefe de Estado, o primeiro-ministro desempenha as funções presidenciais.
No domingo (4), o Quirguistão realizou eleições legislativas, cujos resultados preliminares apontaram a vitória dos partidos governistas Birimdik e Mekenim Quirguistão.
No dia seguinte (5), milhares de apoiadores da oposição, cujos partidos foram incapazes de superar 7% dos votos, o mínimo exigido para entrar no Parlamento, lotaram as ruas para denunciar irregularidades e exigir a repetição do pleito. Mais de 1,2 mil pessoas foram feridas e uma morreu nos confrontos.
O então presidente de Quirguistão, Sooronbai Zheenbekov, denunciou uma tentativa de tomada violenta do poder e apelou ao fim dos distúrbios, mas também solicitou que a autoridade eleitoral investigasse as denúncias de irregularidades, o que resultou na anulação dos resultados oficiais.
A oposição, por sua vez, criou um conselho de coordenação e postulou para o cargo de primeiro-ministro Sadyr Zhaparov, que estava entre o grupo de políticos liberados da prisão e teve seu nome ratificado, na última terça-feira (6), em uma sessão extraordinária do Parlamento.