Agora, o cientista Lihong Wang e sua equipe do Instituto de Tecnologia da Califórnia, EUA, desenvolveram uma versão aprimorada, uma câmera de que filma em 3D e pode capturar até 100 bilhões de quadros por segundo, o que significa que o dispositivo pode capturar ondas de luz conforme elas se movem. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Communications na sexta-feira (16).
Batizada de fotografias ultrarrápidas compactadas estéreo-polarimétricas de disparo único (SP-CUP, na sigla em inglês), a câmera opera de maneira semelhante ao sistema de visão humano. "Temos uma lente, mas ela funciona como duas metades que fornecem duas visualizações, com um deslocamento. Dois canais que imitam nossos olhos", explica Wang em comunicado reproduzido pelo portal SciTechDaily.
Fast Enough to See Light Travel: Ultrafast Camera Films 3-D Movies at 100 Billion Frames per Second https://t.co/RYLONw5EXL Via @SciTechDaily1 #Science #Technology #SciTechDaily pic.twitter.com/kp17meTtzt
— NanoTrac Technologies (@nanotrac) October 16, 2020
Rápido o suficiente para ver a luz viajando: câmera ultrarrápida filma em 3D a 100 bilhões de quadros por segundo
Assim como nosso cérebro faz com os sinais que recebe de nossos olhos, o computador que executa a câmera SP-CUP processa os dados desses dois canais em um filme tridimensional.
Mistérios da física
Mas a SP-CUP também apresenta outra inovação que nenhum ser humano possui: a capacidade de ver a polarização das ondas de luz. A luz comum tem ondas que vibram em todas as direções. A luz polarizada, entretanto, foi alterada para que todas as suas ondas vibrassem na mesma direção. Isso pode ocorrer por meios naturais, como quando a luz reflete em uma superfície, ou como resultado de manipulação artificial, como acontece com os filtros polarizadores.
Wang espera que a câmera ajude pesquisadores a entender melhor a física da sonoluminescência, um fenômeno no qual as ondas sonoras criam pequenas bolhas na água ou em outros líquidos. Conforme as bolhas colapsam rapidamente após sua formação, elas emitem uma explosão de luz.
"Algumas pessoas consideram este um dos maiores mistérios da física […] Quando uma bolha colapsa, seu interior atinge uma temperatura tão alta que gera luz. O processo que faz isso acontecer é muito misterioso porque tudo acontece muito rápido, e estamos nos perguntando se nossa câmera pode ajudar a descobrir isso", comenta o cientista.