Pompeo afirmou ainda que tais ações violam resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto. Neste mesmo domingo (18), encerra-se o embargo de armas imposto ao Irã por meio do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), o acordo nuclear iraniano. Os EUA, signatários do JCPOA, abandonaram o acordo de forma unilateral em 2018.
"Em 19 de setembro, praticamente todas as sanções da ONU contra o Irã voltaram, incluindo a reimposição do embargo de armas da ONU. Consequentemente, a exportação de certas armas convencionais para o Irã é uma violação da Resolução do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR) 1929 e a obtenção de quaisquer armas ou material relacionado pelo Irã é uma violação da UNSCR 1747", disse Pompeo por meio de comunicado publicado pelo Departamento de Estado dos EUA.
"Os Estados Unidos também estão preparados para usar suas autoridades domésticas para punir qualquer indivíduo ou entidade que contribua materialmente para o fornecimento, venda ou transferência de armas convencionais de, ou para o Irã, assim como aqueles que forneçam treinamento técnico, apoio financeiro e serviços, e outra assistência relacionada a essas armas", adicionou.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã publicou um comunicado logo no início do dia declarando que o país não está mais impedido de adquirir ou vender armas porque o período de embargo do Conselho de Segurança da ONU terminou.
"Em uma das inovações do JCPOA, o levantamento definitivo e incondicional das restrições de armas e proibições de viagens não requer nenhuma nova resolução, nem requer qualquer declaração ou qualquer outra medida do Conselho de Segurança. O levantamento das restrições de armas e a proibição de viagens foram concebidos para serem automáticos, sem nenhuma outra ação necessária", diz o comunicado iraniano.
"Isso foi alcançado após difíceis negociações e com uma antecipação da possibilidade de uma violação das obrigações por uma ou mais das outras partes do JCPOA", acrescentou.
O JCPOA, o acordo nuclear iraniano, foi assinado em 2015 por França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, China, Rússia e União Europeia, com o objetivo de limitar o programa nuclear iraniano e garantir a natureza pacífica do enriquecimento de urânio no Irã.
Apesar dos esforços internacionais e do compromisso inicial de Washington, os EUA abandonaram o acordo sob o governo do presidente Donald Trump, reimpondo sanções contra Teerã e reiniciando uma crise internacional em torno do programa nuclear iraniano. A retirada unilateral foi amplamente criticada pelos outros países signatários.