Não só os países da OTAN, mas também os aliados dos EUA fora da América do Norte e Europa terão agora como "padrão ouro" gastos militares de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na Aliança Transatlântica, têm dito altos responsáveis da administração Trump.
O portal Defense News perguntou na quarta-feira (21) a Robert O'Brien, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, sobre os gastos militares da aliança, que respondeu dizendo que "o que aconteceu é que 2% se tornou o padrão ouro, e os países, mesmo não pertencentes à OTAN, querem atingi-lo".
"Acho que realmente estabelecemos um padrão ouro. Fizemos de 2% o padrão de referência", apontou.
Anteriormente, na última sexta-feira (16), O'Brien afirmou em um evento do Instituto Aspen, EUA, que Washington vê a meta de 2% como uma "referência" a ser atingida por Taiwan.
"Eles aumentaram suas despesas de defesa, disseram-me agora que estão se aproximando dos 2%, o que seria um nível da OTAN. Obviamente Taiwan não faz parte da OTAN, mas isso seria uma espécie de referência, e eles provavelmente precisam ir além disso, dada a acumulação de forças chinesas, especialmente através do estreito de Taiwan".
O alto responsável norte-americano também mencionou que esse valor de referência não deve ser atingido com quedas econômicas que levem os atuais orçamentos a atingir ou superar os 2% automaticamente.
Na terça-feira (20), Mark Esper, secretário de Defesa norte-americano, compareceu ao Conselho do Atlântico, onde comentou que a administração Trump insta "todos os Estados-membros a manter seus compromissos e contribuir mais para nossa segurança coletiva. Isto vai além da OTAN também. Esperamos que todos os aliados invistam mais na defesa, pelo menos 2% do PIB, como mínimo".
Gastos não-OTAN
Atualmente, entre os aliados principais de Washington fora da OTAN, apenas Israel (5,3%) e Coreia do Sul (2,7%) cumprem o requisito. A Austrália (1,9%), Nova Zelândia (1,5%), Filipinas (1%), Tailândia (1,3%), Japão (0,9%) e Taiwan (1,7%) gastam menos que esse mínimo referido.
No entanto, Dustin Walker, ex-funcionário do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, advertiu ao Defense News que adotar a meta de 2% em todo o mundo "seria um erro" devido às diferentes circunstâncias estratégicas e econômicas dos países.
Na cúpula da OTAN de 2014, no País de Gales, Reino Unido, a Aliança Transatlântica acordou que todos os membros deveriam gastar pelo menos 2% do PIB em despesas militares até 2024, apesar de a medida não ser vinculativa.