Foram trocados "43,038 bilhões de pesos por conversão de US$ 500 milhões [R$ 2,693 bilhões] em títulos AL30 e US$ 250 milhões [R$ 1,346 bilhão] em títulos AL35", anunciou o Palácio da Fazenda em comunicado.
O leilão teve por objetivo lidar com a brecha cambial que existe entre a cotação oficial do dólar e a sua cotação nos mercados financeiros, no que o ministério chamou de "processo de normalização do mercado de instrumentos de financiamento em moeda local".
Através da licitação de títulos em dólares, a carteira liderada pelo ministro Martín Guzmán, que recebeu no total 370 ofertas, permite a saída de fundos de investimento que tinham títulos em pesos e exercem pressão sobre o chamado dólar com liquidação (CCL), que são aqueles negociados no exterior mediante a compra e venda de ações ou títulos de dívida.
Menor brecha cambial
O ministério destacou que, nos últimos meses, "se alcançaram significativos avanços" que permitiram diminuir o custo de financiamento do Tesouro argentino e renovar boa parte dos vencimentos dos juros da dívida.
"Contudo, ainda existe neste mercado um universo de detentores externos de instrumentos em pesos, cujas estratégias e mandatos de investimentos podem resultar em comportamentos que afetam as condições de instabilidade financeira e macroeconômica", salientou.
O governo espera renovar todos os vencimentos de capital e juros "e obter financiamento líquido de mercado de até 10% em relação ao total de vencimentos desse período".
A Fazenda conseguiu reduzir neste ano o pagamento de juros da dívida em relação a 2019 em um montante equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), através de uma reestruturação dos títulos em moedas estrangeiras emitidos sob legislação local e estrangeira.
A cotação paralela do dólar obtida em circuitos informais na Argentina chegou em 9 de novembro a seu mínimo em um mês, ao se situar em 151 pesos para a venda, de maneira que a diferença em relação à taxa oficial, que chegou a 150%, se reduziu para menos de 90%.