Em coletiva de imprensa realizada no instituto com autoridades sanitárias de São Paulo, Covas explicou que, no último dia 6, o Butantan informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre um evento adverso grave não relacionado à CoronaVac, e que os testes em estágio avançado com a vacina desenvolvida pela empresa Sinovac, da China, não apresentaram efeitos adversos graves no Brasil.
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— Governo de S. Paulo (@governosp) November 10, 2020
COLETIVA DE IMPRENSA: INFORMAÇÕES SOBRE A CORONAVAC https://t.co/fvGJhwxxbw
Segundo o presidente do Butantan, a suspensão dos estudos com a vacina provocou indignação entre os responsáveis pelos testes e a expectativa é a de que os mesmos sejam retomados ainda nesta terça-feira (10) ou amanhã. Ele garantiu que "é impossível" que o evento relatado — não detalhado publicamente por questões de sigilo — tenha tido alguma relação com a vacina.
"Esse efeito adverso grave foi relatado 25 dias após o candidato ter recebido a vacinação, que nós não sabemos se foi placebo ou se foi a vacina propriamente dita", explicou Covas. "E, além disso, é uma causa não relacionada com a vacina."
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, afirmou que a Anvisa não conversou com o governo estadual para propor uma análise conjunta do problema relatado e que a decisão de interromper os testes foi conhecida apenas após a divulgação feita na imprensa.
"Esta vacina é segura. Estamos a favor da vida, da verdade e da transparência", disse o secretário, recusando o clima de politização por trás do desenvolvimento das vacinas.
João Gabbardo dos Reis, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, lamentou que todo o processo de desenvolvimento da vacina deve atrasar em razão desses dias perdidos com a suspensão dos testes.
"As pessoas estão aguardando na fila para serem voluntárias", afirmou, também expressando o desejo de que a Anvisa não demore a liberar a retomada dos estudos.