Médicos na Espanha pedem a renúncia do chefe do combate à COVID-19 no país

© AP Photo / Manu FernandezAgentes de saúde fazem um minuto de silêncio pela morte de colega, em Madri, na Espanha, 20 de abril de 2020
Agentes de saúde fazem um minuto de silêncio pela morte de colega, em Madri, na Espanha, 20 de abril de 2020 - Sputnik Brasil
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Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha fala em incapacidade de Fernando Simón ao longo da evolução da pandemia.

O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha pediu neste sábado (14) a renúncia do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências, Fernando Simón, em função de "sua incapacidade manifesta e prolongada ao longo da evolução da pandemia" de COVID-19, escreve o El Períodico de Catalunya.

Os médicos pediram, no comunicado divulgado à imprensa, "respeito, reconhecimento, participação e dignidade". Eles também querem uma "mudança de direção" na gestão da crise sanitária e a criação de um comitê de especialistas independentes.

© Sputnik / Alejandro Martinez Velez / Acessar o banco de imagensParticipante em ação antigovernamental em Madri, Espanha
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Participante em ação antigovernamental em Madri, Espanha
A crise na saúde espanhola ganhou força nos últimos dias após Simón ter dito na quinta-feira (12), em declaração sobre o número de infecções entre profissionais da saúde, que agora "há um aprendizado com relação à primeira onda".

"Os gestores fazem melhores circuitos de atendimento nos hospitais. E, obviamente, os profissionais de saúde se comportam melhor, evitando o contágio fora de seu espaço de trabalho", afirmou Simón.

O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha assinalou que repudia essas palavras. Eles lembram que 72 médicos morreram durante o trabalho desde março e que centenas de profissionais estão lutando para superar as sequelas da infecção.

Segundo os médicos, as palavras de Simón são "um ato de desmotivação, incompreensão e falta de sensibilidade", e podem ser interpretadas como "um manifesto desconhecimento do trabalho, da responsabilidade e da vocação dos profissionais médicos".

​O CGCOM pede a destituição do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Simón.

As associações médicas pedem uma retificação pública e lembram que esta não é a primeira vez que expressam seu desconforto com declarações ou ações "impróprias" do chefe médico do governo espanhol para a pandemia.

Os médicos apontam a ausência de um comitê de especialistas formado por profissionais reconhecidos, independentes e transparentes, e de um sistema de avaliação para melhorar a resposta aos surtos da doença.

A Espanha acumula 1.458.591 casos de COVID-19 e 40.769 mortes, de acordo com dados oficiais.

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