Faltando pouco mais de dois meses para o término do mandato de Donald Trump, as sanções anunciadas nesta quarta-feira (18) fazem parte de sua campanha de "máxima pressão" contra Teerã, e o secretário de Estado Mike Pompeo alertou que mais ações serão implementadas nos próximos meses e semanas.
O Departamento do Tesouro impôs sanções contra o que descreveu como uma rede de patrocínio fundamental para o líder supremo, a Bonyad Mostazafan, ou Fundação dos Oprimidos, que é controlada por Khamenei, e outros dez indivíduos e 51 entidades associadas.
The Maximum Pressure campaign against the Iranian regime continues to be effective. It deprives the regime of funds to carry out its malign activities. Reducing that pressure is a dangerous choice, bound to weaken new regional partnerships for peace and strengthen the regime.
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) November 18, 2020
A campanha de Máxima Pressão contra o regime iraniano continua a ser eficaz. Priva o regime de recursos para realizar suas atividades malignas. Reduzir essa pressão é uma escolha perigosa, destinada a enfraquecer novas parcerias regionais para a paz e a fortalecer o regime.
Segundo o governo norte-americano, a fundação - uma instituição econômica, cultural, e de bem-estar social - acumulou grandes quantidades de riqueza, em detrimento do resto da economia iraniana, e controla centenas de empresas e propriedades confiscadas desde a Revolução Islâmica em 1979.
"O líder supremo do Irã usa a Bonyad Mostazafan para recompensar seus aliados sob o pretexto de caridade", disse Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, em comunicado. "Os Estados Unidos continuarão a visar funcionários importantes e fontes de geração de receita que possibilitem a repressão contínua do regime contra seu próprio povo", acrescentou.
Entre os sancionados estão os integrantes da mesa diretora da Bonyad Mostazafan, Amir-Mansour Borghei, Javad Ghana'at, Khosro Mokhtari, e Mohammad-Ali Yazdan Joo.
Além disso, o Departamento do Tesouro impôs sanções contra o ministro de Inteligência e Segurança iraniano Mahmoud Alavi e dois membros do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês), o general-brigadeiro Heidar Abbaszadeh e o coronel Reza Papi, acusados de abusos dos direitos humanos contra a população iraniana durante os protestos de novembro de 2019.
A year ago, Iran’s regime massacred as many as 148 Iranians in Mahshahr. Today, I designated Heidar Abbaszadeh and Reza Papi for their role in gross human rights violations by Iranian security forces as well as other agents of regime oppression. We will never forget their crimes.
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) November 18, 2020
Um ano atrás, o regime do Irã massacrou 148 iranianos em Mahshahr. Hoje, designei Heidar Abbaszadeh e Reza Papi por seus papéis nas graves violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança iranianas, bem como por outros agentes da opressão do regime. Jamais esqueceremos os seus crimes.
Segundo o Ministério do Interior iraniano, cerca de 225 pessoas morreram durante os protestos, que começaram depois que a mídia estatal anunciou um aumento nos preços da gasolina, cujas receitas seriam utilizadas para ajudar as famílias mais necessitadas.