Em uma postagem no Facebook, que foi acrescida de imagens de adultos supostamente feridos em Mekele, a FPLT afirmou que "as forças invasoras e fascistas combinadas de Abiy Ahmed [primeiro-ministro da Etiópia] e Esayas Afeworki [presidente da Eritreia] feriram muitos estudantes e outras pessoas inocentes na cidade de Mekele".
O grupo acrescentou na postagem que os ataques não se restringiram a Mekele, mas também atingiram outras cidades e a infraestrutura de Tigré, como uma usina de açúcar e uma barragem hidrelétrica.
"Nossos jovens estão sendo mortos. Todo o nosso povo o está sendo abusado e humilhado", escreveu o grupo na rede social.
Segundo a agência Reuters, não foi possível verificar a autenticidade das fotos publicadas no Facebook, já que as linhas de telefone e conexões de Internet não estão funcionando na região.
Ainda segundo a Reuters, o governo da Etiópia não respondeu aos contatos da agência, mas reiterou em ocasiões anteriores que não realiza ataques contra centros urbanos e alvos civis, e apenas visa estruturas militares nos arredores das cidades.
Tigré fica no norte da Etiópia, na região da tríplice fronteira com Sudão e Eritreia, e é cenário de um conflito violento desde o início de novembro, depois que o premiê Abiy Ahmed anunciou a realização de operações militares na região.
A iniciativa do primeiro-ministro representou uma dramática escalada de uma longa disputa entre o governo federal e a FPLT, que dominou a política no país por quase 30 anos, antes da ascensão de Abiy em 2018.
Desde então, o conflito já provocou centenas de mortes e forçou milhares de pessoas a se refugiarem no Sudão.