Os Estados Unidos anunciaram neste domingo (22) o fim de sua participação no Tratado de Céus Abertos, seis meses após o governo do presidente Donald Trump anunciar sua intenção de se retirar do acordo.
"A decisão dos EUA de se retirar do Tratado de Céus Abertos é lamentável. Observamos que as outras partes do tratado continuam a mostrar seu compromisso com ele. Esses tipos de acordos e medidas de construção de confiança são realmente mais importantes agora do que nunca", declarou o porta-voz da Organização das Nações Unidas.
Senador dos EUA acredita que "a decisão da administração de sair do Tratado de Céus Abertos é imprudente, e deixa os EUA e os nossos aliados menos seguros contra a Rússia" https://t.co/hDHpeHAbtN
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) November 23, 2020
O Tratado de Céus Abertos, assinado em 1992 em Helsinque, permite que observadores militares realizem voos de vigilância aérea para obter imagens de movimentos de tropas e navios em um vasto território, desde a cidade canadense de Vancouver até o porto de Vladivostok, no extremo leste da Rússia.
Esse documento, em vigor desde 2002, tinha até recentemente 34 signatários.
Em 21 de maio, Trump tinha anunciado sua intenção de retirar seu país do tratado, com base em supostas violações por parte da Rússia, pretexto que Washington costuma usar para justificar sua saída dos acordos internacionais. Vários países condenaram a decisão da Casa Branca.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu uma nota neste domingo (22) dizendo que, ao sair do Tratado de Céus Abertos, os americanos esperam que seus aliados, por um lado, obstruam os voos de observação russos sobre as instalações militares dos EUA na Europa e, por outro, que os europeus compartilhem com Washington suas fotografias aéreas do território russo.