Ilia Kramnik, especialista do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, comentou a decisão ao jornal Kommersant:
"O objetivo principal do envio dos B-52H Stratofortress ao Oriente Médio é assustar o Irã, uma espécie de insinuação aos países da região sobre um possível uso de armas, apesar dos planos de reduzir o contingente militar".
O especialista opina que, apesar destes aviões estarem em serviço desde 1955, continuam sendo a principal ferramenta do Comando Estratégico dos EUA em tempos de paz.
"O enorme alcance de voo [tendo em conta o reabastecimento no ar] e a grande carga de munições dos mísseis de cruzeiros fazem destes aviões uma arma perfeita para o primeiro ataque em conflitos locais", enfatizou.
Em 22 de novembro, o Comando Central dos EUA (CENTCOM, na sigla em inglês) informou sobre o envio de bombardeiros estratégicos para a região para "conter a agressão e tranquilizar os parceiros e aliados dos Estados Unidos". É a primeira vez neste ano que os EUA enviam bombardeiros de longo alcance para o Oriente Médio.
Em março deste ano, Washington começou a retirar gradualmente seu contingente militar da região. Em 17 de novembro, o secretário interino da Defesa dos EUA, Christopher Miller, anunciou planos para reduzir o número de tropas norte-americanas no Afeganistão e Iraque (a 2.500 militares em cada um dos países) até 15 de janeiro de 2021.
Ainda assim, apesar da redução de tropas, os Estados Unidos pretendem continuar a exercer pressão sobre Teerã, ao menos, enquanto a administração Trump permanecer na Casa Branca.