A relação entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro está cada vez mais desgastada, segundo o Estadão. O jornal diz que, nos bastidores, Pazuello afirmou que via como "natural" uma possível saída do ministério.
O jornal informa ainda que Pazuello disse que, caso saia do ministério, sairá "feliz". O ministro, que é general da ativa, ainda brincou e disse aos amigos que seria bom "voltar ao quartel".
O desgaste entre Pazuello e Bolsonaro se intensificou nesta semana após o caso dos 6,86 milhões de testes para diagnóstico de COVID-19 estocados em um armazém em Guarulhos. Os testes vão perder a validade entre dezembro e janeiro.
A comissão mista do Congresso Nacional, responsável por acompanhar as medidas de combate ao novo coronavírus, aprovou nesta terça-feira (24) o convite para ouvir o ministro Pazuello sobre o caso. A reunião deve acontecer até o dia 7 de dezembro.
Antes disso, outra crise já havia agravado a relação entre Bolsonaro e Pazuello. Em 20 de outubro, Pazuello chegou a anunciar a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac. No entanto, Bolsonaro desautorizou o ministro no dia seguinte, afirmando que o protocolo para a compra do imunizante seria cancelado.
- Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 21, 2020
- Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina.