Projeto Veritas desafia CNN a ir à Justiça por causa de vazamento de gravações

© REUTERS / JIM BOURGHunter Biden, filho do presidente eleito dos EUA, Joe Biden
Hunter Biden, filho do presidente eleito dos EUA, Joe Biden - Sputnik Brasil
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O Projeto Veritas afirma estar pronto para lutar contra a CNN "até o fim" nos tribunais, depois de esta ameaçar processar jornalistas independentes por postarem trechos de uma reunião da gigante da mídia.

A CNN ameaçou processar os jornalistas esta semana, depois que o Veritas publicou uma gravação de uma reunião do conselho da CNN, na qual seu presidente, Jeff Zucker, ordena que os editores suprimam uma história sobre as alegações de escândalo de tráfico de influência de Hunter Biden, filho do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

A CNN Communications não confirmou ou negou a autenticidade das gravações, mas escreveu no Twitter, citando "especialistas legais", que o vazamento das fitas "pode ser um crime", acrescentando que a empresa "encaminhou o caso para as autoridades".

CC BY 2.0 / Mohamed Nanabhay / Logo de CNN
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"A declaração sobre entrar em contato com as autoridades e uma ameaça veio da equipe de relações públicas da CNN, não veio de seus advogados, certo? [...] Isso foi um golpe da equipe de relações públicas. A polícia não está batendo na nossa porta. Eles não nomearam nenhum especialista legal [...]. A coisa toda é ridícula", disse o diretor de comunicações do Projeto Veritas, Neil McCabe, à Sputnik Internacional.

"O Projeto Veritas está em uma sequência de vitórias de sete a zero no tribunal. Não fazemos um acordo. Levamos todos para o tribunal, levamos tudo para julgamento", gabou-se McCabe.

Ele zombou das ameaças de "especialistas jurídicos" da CNN de acusações de "crime", depois que o Projeto Veritas divulgou gravações que vazaram de uma reunião do conselho, na qual o presidente da CNN, Jeff Zucker, ordena que fossem esquecidas as alegações de escândalo do caso Hunter Biden.

"Esses são os mesmos especialistas jurídicos que disseram à CNN que não havia problema em publicar as gravações secretas da primeira-dama Melania Trump. Esses são os mesmos especialistas jurídicos que disseram que não havia problema em publicar as fitas do Access Hollywood do presidente Trump. Quando a CNN disse, espere, não podemos publicar isso porque pode estar infringindo uma lei?", enfatizou McCabe.

© REUTERS / Hannah McKayDonald Trump, presidente dos EUA, em coletiva de imprensa
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Donald Trump, presidente dos EUA, em coletiva de imprensa

Diretor da CNN suprime ativamente notícias 'que não se encaixam em sua visão de mundo'

Em gravações divulgadas pelo Projeto Veritas na quarta-feira (2), Zucker disse: "Não, devemos repetir difamações infundadas só porque a mídia de direita sugere que devemos".

O vice-presidente executivo e consultor jurídico da CNN, David Vigilante, concorda que "devemos ser extremamente cuidadosos com a cobertura da história de Hunter Biden", e exigiu saber por que alguns jornalistas políticos compartilharam a história nas redes sociais.

"Jeff Zucker, o presidente em fim de mandato da CNN, suprime ativamente as notícias e depois exagera em outras histórias. Não porque as histórias sejam verdadeiras ou porque sejam falsas. Mas porque as histórias ou se encaixam na visão de mundo de Zucker ou não", disse McCabe.

"E então a ordem veio para suprimir. O caso era uma história muito grande. Era uma história nacional, internacional. Mas se você assiste à CNN, você não tem ideia de que ela aconteceu", acrescentou.

McCabe enfatizou que, embora o governo não interfira diretamente na mídia nos EUA, existem "pressões culturais que são quase mais rígidas do que qualquer tipo de regulamentação governamental".

"Há uma cultura dessas entre esses jornalistas, e eles estão comprometidos com essa cultura e são hostis a outras desafiadoras. É uma cultura educada pela ala de esquerda, muito próspera, de uma espécie de riqueza arraigada, riqueza corporativa e familiar, que meio que decide as coisas nos Estados Unidos", declarou McCabe.

A Sputnik entrou em contato com a CNN para comentar a divulgação da gravação, mas não recebeu nenhuma resposta até o momento da publicação dessa reportagem.

O laptop do inferno

Arquivos em um laptop — supostamente abandonado em uma oficina de conserto de computadores em Delaware — supostamente contêm evidências de que Hunter Biden vendeu acesso de seu pai, na época vice-presidente dos EUA e agora presidente eleito, Joe Biden, a parceiros comerciais ucranianos.

The New York Post divulgou a história das alegações depois de receber as informações do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, durante a campanha eleitoral, o que levou o Twitter a suspender a conta do jornal e de qualquer pessoa que compartilhasse as alegações.

© REUTERS / Eduardo MunozRudy Giuliani, advogado da campanha do presidente Donald Trump.
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Rudy Giuliani, advogado da campanha do presidente Donald Trump.

A maioria dos outros meios de comunicação convencionais, incluindo a emissora pública NPR, ignorou a história ou a descartou como "propaganda de direita", apesar da confirmação de que o FBI estava investigando o conteúdo do disco rígido de um computador.

A história do Post detalhou alegações de e-mails supostamente enviados por Vadym Pozharsky, alto funcionário da empresa de energia ucraniana Burisma Holdings, para Hunter Biden. Um e-mail supostamente agradecia a Hunter por marcar uma reunião com seu pai, Joe, enquanto uma segunda mensagem mostrava Pozharsky perguntando a Hunter como ele poderia usar a influência de Joe Biden para apoiar a Burisma.

O que é o Projeto Veritas?

O provocador meio de comunicação da Internet foi fundado em 2011 por um repórter disfarçado, James O’Keefe, que agora é CEO e presidente de uma empresa sem fins lucrativos que hospeda o site.

O site explica que "investiga e expõe corrupção, desonestidade, autolimitação, desperdício, fraude e outras condutas impróprias em instituições públicas e privadas". McCabe insistiu em sua entrevista que a organização não é partidária, embora seja amplamente considerada conservadora e apoie Trump.

O'Keefe foi acusado de editar seletivamente imagens de personagens de suas reportagens, para constrangê-los e prejudicá-los.

Em 2016, ele tentou provar que a campanha presidencial de Hillary Clinton estava tirando dinheiro de patrocinadores estrangeiros ao fazer uma doação de US$ 20 mil ao fundo Americans United for Change, vinculado a seu Partido Democrata, por meio de uma empresa registrada em Belize. A organização acabou devolvendo o dinheiro e não foi investigada.

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