A Administração Nacional do Espaço da China (CNSA, na sigla em inglês) anunciou na noite de quinta-feira (3) que a sonda completou sua missão de coletar amostras de solo lunar, lançando-as de uma cápsula em órbita lunar para uma espaçonave orbital separada, e assim poder retornar à Terra para serem analisadas. Além de suas amostras, a espaçonave também enviou fotos impressionantes da paisagem árida da Lua, bem como da cápsula de amostragem decolando.
O módulo de aterrissagem pousou na superfície lunar há apenas dois dias em um local ao norte de Mons Rumker, em Oceanus Procellarum, no canto noroeste da Lua que está sempre voltado para a Terra. O local foi escolhido porque sua planície vulcânica é relativamente jovem em comparação aos locais de amostragem anteriores, de cerca de 1,2 bilhão de anos.
A missão Chang'e-5 começou com uma decolagem do Centro de Lançamento de Espaçonaves de Wenchang, na ilha de Hainan, na China, em 23 de novembro. A sonda tocou a superfície lunar no dia 1º de dezembro.
Se tudo correr bem, as amostras retornarão à Terra em torno dos dias 16 ou 17 de dezembro, pousando em algum lugar da região da Mongólia Interior, no norte da China, e serão as primeiras oriundas da superfície lunar desde que o Luna 24 da União Soviética trouxe amostras em 1976. Nessa época, e a partir de tais amostras, os cientistas soviéticos confirmaram a existência de água na Lua, fato que levou várias décadas para os cientistas americanos da NASA constatarem.
No entanto, a sonda Chang'e-5 não está sozinha na Lua, duas outras sondas chinesas também se encontram no local. O primeiro da China a tocar a superfície lunar foi o rover Chang'e-3, que pousou em 2013, porém, sua bateria morreu após quase três anos de operação, e o Chang'e-4, que caiu do outro lado da Lua em janeiro de 2019, mas ainda está em operação.
No futuro, mais sondas chinesas chegarão à Lua, nomeadamente em missões planejadas aos polos lunares e missões tripuladas de um dia.