Virologista de Wuhan diz que morcegos têm outros coronavírus que podem infectar humanos

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Shi Zhengli, uma importante virologista do Wuhan Institute of Virology, disse que morcegos nas regiões fronteiriças do Sul e Sudoeste da China abrigam outros coronavírus que podem infectar humanos.

O recado foi feito em um seminário virtual, com presenças de autoridades de diversos países e da OMS (Organização Mundial da Saúde).

"Não devemos procurá-los apenas na China, mas também em países do sul da Ásia", afirmou Shi.

A cientista é apelidada de "mulher morcego" porque seu grupo de pesquisa estuda coronavírus nesses animais. A informação foi publicada nesta sexta-feira (4) pelo jornal inglês The Guardian.

A virologista disse que esses vírus, incluindo parentes próximos do SARS-CoV-2, o causador da COVID-19, provavelmente estão circulando na natureza fora da China.

© AP Photo / Ng Han GuanMulher vende máscaras na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China, em 3 de abril de 2020
Virologista de Wuhan diz que morcegos têm outros coronavírus que podem infectar humanos - Sputnik Brasil
Mulher vende máscaras na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China, em 3 de abril de 2020

Duas equipes internacionais, uma coordenada pela Organização Mundial de Saúde e outra criada pela revista médica The Lancet, estão atualmente investigando as origens da pandemia.

Os responsáveis pelas investigações tentam esclarecer o caminho exato que o vírus tomou para a transmissão aos humanos.

Acredita-se que o reservatório natural do SARS-CoV-2 sejam os morcegos. Shi, no entanto, afirma que provavelmente o vírus passou para outro animal, ainda desconhecido, antes de chegar aos humanos.

O virologista Edward Holmes, da Universidade de Sydney, também afirmou que o vírus pode ter se alojado em um hospedeiro intermediário.

"É perfeitamente possível que o evento inicial de transmissão cruzada de espécies não tenha acontecido dentro ou ao redor de Wuhan", disse.

Segundo os dados da Universidade Johns Hopkins, a COVID-19 já infectou 65.760.928 pessoas e causou 1.515.990 de mortes ao redor do mundo.

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