Pesquisadores do Hospital Mount Sinai em Nova York (EUA) realizaram os testes clínicas preliminares da primeira vacina contra uma ampla variedade das estirpes e tipos do vírus da gripe, publicando os resultados do estudo na Nature Medicine.
A nova vacina foi produzida na base da chamada hemaglutinina quimérica (HA), isto é, uma proteína híbrida criada ao juntar genes diferentes, sendo capaz de eliminar a necessidade da revacinação anual.
As vacinas contra a gripe existentes induzem anticorpos neutralizantes dirigidos contra um domínio especial da HA, ou seja, uma proteína na superfície do vírus que ajuda o patógeno a interagir com os receptores da célula, invadindo a mesma. No entanto, este domínio é capaz de sofrer mutações, o que, consequentemente, produz novas estirpes imunes a todas as vacinas existentes.
A vacina quimérica proposta tem como alvo outro domínio da hemaglutinina, que é menos suscetível a mutações, e isso permite neutralizar várias estirpes de vírus.
Durante os testes clínicos da fase 1, com participação de 65 voluntários norte-americanos, os cientistas avaliaram a segurança e a imunogenicidade da vacina. Segundo os resultados, ela pode provocar uma resposta imune forte, que se mantém por pelo menos 18 meses.
Além disso, em comparação com as vacinas comuns utilizadas cada ano, a concentração de anticorpos induzidos pela vacina foi maior, sendo também dirigidos contra várias estirpes do vírus. Agora os cientistas planejam continuar seu estudo, contribuindo para criação de uma vacina universal contra a gripe.