O animal incomum foi capturado em armadilha com três outros polvos em novembro, na baía de Shizugawa, cidade de Minamisanriku, Japão, informou a Kyodo News. Kazuya Sato, que cultiva algas para ganhar a vida, colocou a armadilha e levou as presas para casa, onde sua mãe cozeu os animais marinhos em uma panela. A mulher descobriu o nono tentáculo só após ter posto a criatura na água.
O polvo já estava morto, no entanto, seu corpo estava intacto. Então, o homem o levou para o Centro de Natureza de Shizugawa local, onde o animal foi preservado em álcool e será exibido no futuro.
Rare 9-armed octopus found off Japan coast https://t.co/bzM8IRcG5v pic.twitter.com/7EBGk2GTPw
— Live Science (@LiveScience) December 7, 2020
Raro polvo de 9 tentáculos é descoberto no litoral japonês
O zoólogo de invertebrados Michael Vecchione, do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, em Washington (EUA), contou ao Live Science que tais membros extra são encontrados em polvos.
Polvos são capazes de regenerar os tentáculos, mas "às vezes a regeneração não funciona muito bem", revelou o especialista. "Se um tentáculo ficar danificado, este pode regenerar incorretamente; pode acabar com tecido extra crescendo, e esse tecido extra pode se transformar em um braço", adicionou.
A baía de Shizugawa está a 200 quilômetros de distância da Usina Nuclear Fukushima Daiichi, desativada após um colapso nuclear em consequência de um desastroso terremoto de magnitude 7,9 e um tsunami, em 2011. Porém, o especialista está seguro de que o nono tentáculo do polvo não tem nada a ver com este acidente.
Braços bifurcados em polvos têm sido relatados em todo o mundo há muitos anos, constatou Vecchione. Um estudo de 1965, publicado na revista Proceedings of the Japan Academy, descreveu numerosos polvos com mais de oito tentáculos, incluindo um que até tinha 90.
Segundo o especialista, o membro extra não afetou o polvo por ser pequeno, ficando simplesmente pendurado do tentáculo. Ele poderia mesmo funcionar, tendo capacidade de se mover e sentir. No entanto, polvos com mais tentáculos podem enfrentar mais desafios porque mudam sua capacidade de nadar ou caçar, afirmou o zoólogo.