Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (11) através do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo a pesquisa, a única faixa de renda que registrou desaceleração inflacionária foi a das famílias de renda mais alta. Para elas, que têm rendimento domiciliar superior a R$ 16.509,66, a variação de preços caiu de 0,82% em outubro para 0,63% em novembro.
No acumulado do ano, a inflação das famílias de renda alta (1,68%) foi bem menor que a registrada pelas famílias de menor poder aquisitivo (4,56%).
O grupo de alimentos e bebidas foi responsável, sozinho, por 75% da inflação nas famílias de baixa renda em novembro. Os destaques foram os aumentos no arroz (6,3%), batata (29,7%), frango (5,2%), óleo de soja (9,2%) e carnes (6,5%).
"Neste ano, o cenário inflacionário combinou forte aceleração de preços de alimentos com uma alta desaceleração da inflação de serviços, o que explica o diferencial da inflação entre as faixas de renda mais baixa e mais alta", escreveu o Ipea.
Já no grupo de transportes, a alta foi causada pelos reajustes dos transportes por aplicativo (7,7%), gasolina (1,6%) e etanol (9,2%), que impactaram, principalmente, as famílias mais ricas.
De acordo com o Ipea, na comparação com novembro de 2019, a taxa de inflação da renda muito baixa aumentou 85%, enquanto para o grupo de renda alta o aumento foi menos acentuado (48%). A inflação das famílias mais pobres passou de 0,54% para 1,0%, enquanto as famílias mais ricas registraram uma pressão inflacionária de 0,43% para 0,63%.