Por outro lado, a Austrália – país que exporta 58% do minério por via marítima – foi atingida por tempestades tropicais, enquanto a demanda de aço aumenta na China.
A queda de produção no Brasil e tempestades tropicais na parte ocidental da Austrália provocaram uma escassez de minério de ferro na China, fazendo com que o preço desta commodity subisse em 10%.
Analista principal da empresa de commodities CRU, Erik Hedborg disse à CNBC que a robusta economia da China e seu forte investimento intenso em projetos de infraestrutura levaram a uma maior demanda por aço no país, em um momento em que a produção brasileira passa por uma desaceleração e várias tempestades assolam o oeste australiano.
Brasil e Austrália representaram 82% das exportações de minério de ferro por via marítima em 2019, segundo a Associação Mundial do Aço.
As exportações de minério do Brasil atingiram em novembro seu valor mais baixo em seis meses, enquanto a mineradora Vale, o segundo maior produtor mundial, reduziu suas estimativas de fornecimento.
"Vamos ver uma menor produção do Brasil do que as pessoas esperavam, então isso [a tendência] vai continuar em 2021, e estamos notando problemas na retoma de operações nas minas no Brasil, por exemplo, e a Vale prosseguirá operando a nível reduzido no próximo ano", disse Hedborg.
Segundo prevê o analista, a forte demanda de aço para projetos de construção e infraestruturas tem tendência para continuar, o que, junto com uma desaceleração da produção a longo prazo, manterá os preços em alta.
"Há agora uma tempestade tropical se aproximando da costa de onde todo o minério de ferro é exportado e dois dos maiores portos da Austrália foram fechados, e eles juntos representam mais da metade do fornecimento global de minério de ferro", comentou.
Vale ressaltar que em 2021 a mineradora brasileira estima produzir entre 315 e 335 milhões de toneladas de minério. As baixas projeções estão derrubando as ações da empresa.