Casos de COVID-19 em Wuhan podem ter sido 10 vezes mais, diz estudo da China

© REUTERS / Сhina Daily Agentes de saúde em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital em Wuhan, na província de Hubei, China, 6 de fevereiro de 2020
Agentes de saúde em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital em Wuhan, na província de Hubei, China, 6 de fevereiro de 2020  - Sputnik Brasil
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Quase 500.000 habitantes de Wuhan podem ter sido infectados com o SARS-CoV-2, o que é cerca de dez vezes mais que o número oficial registrado, segundo um estudo do Centro do Controle e Prevenção de Doenças (CDC) chinês.

O estudo, citado pela CNN, usou amostras de 34 mil pessoas habitantes de Wuhan – onde o coronavírus teve origem – e de outras províncias, bem como de Pequim e Xangai, para estimar as taxas de infecção.

Em cerca de 4,4% dos testados em Wuhan foram encontrados anticorpos específicos que podem lutar contra o vírus. Wuhan confirmou até domingo (27) um total de 50.354 casos confirmados, segundo a Comissão Municipal de Saúde da província.

O estudo teve como objetivo estimar a escala de infecções anteriores em uma população através de testes de sangue. Estes foram realizados em abril, um mês após a China "conter a primeira onda da epidemia de COVID-19", com os resultados tendo sido publicados na segunda-feira (28), reporta a CNN.

Fora de Wuhan, a taxa de prevalência é significativamente menor. Em outras cidades da província de Hubei, que tem Wuhan como capital, apenas em 0,44% dos habitantes participantes do estudo foram observados anticorpos. Mais do que isso, fora da província os anticorpos só foram detectados em duas pessoas entre os mais de 12.000 participantes.

© REUTERS / Aly SongHabitantes de Wuhan entram no metrô pela primeira vez desde a instauração da quarentena
Casos de COVID-19 em Wuhan podem ter sido 10 vezes mais, diz estudo da China - Sputnik Brasil
Habitantes de Wuhan entram no metrô pela primeira vez desde a instauração da quarentena

Yanzhong Huang, membro sênior para a saúde global no Conselho de Relações Exteriores, contou que o estudo chama a atenção para o problema de subnotificação de infecções durante o pico do surto de coronavírus em Wuhan, devido, em parte, ao caos neste período e a não inclusão de casos assintomáticos na contagem oficial de casos confirmados.

O especialista também considera que as taxas muito mais baixas em outras cidades chinesas podem significar que "os esforços chineses para conter [a epidemia] foram, de fato, rápidos e eficazes, especialmente em comparação com cidades como Nova York".

Por isso mesmo, em sua divulgação dos resultados do estudo, o Centro do Controle e Prevenção de Doenças chinês destacou a vitória do país em conter o vírus.

"Os resultados do estudo mostram que a população de nosso país tem uma baixa taxa de infecção. Isso indica que a China conseguiu controlar a epidemia, tendo Wuhan como o principal campo de batalha, e controlou efetivamente a propagação em larga escala da epidemia", anunciou o CDC.

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