A elusiva matéria escura, que compõe a maior parte da matéria do Universo, pode ser composta por buracos negros dos primórdios (PBH, na sigla em inglês) do Universo, teorizam cientistas do Instituto Kavli de Física e Matemática do Universo, Japão.
De acordo com o estudo publicado na revista Physical Review Letters, o processo poderia ter originado "universos bebês" durante o período inicial de expansão do Universo, que criou as galáxias e seus respectivos aglomerados. Um dos "universos bebês" entraria em colapso mais tarde ou mais cedo, mas a grande quantidade de energia liberada no pequeno volume provoca a formação de um buraco negro.
Um processo mais bizarro ainda ocorre com "universos bebês" grandes a partir do momento em que supera um tamanho crítico, algo que a equipe observou com a câmera digital Hyper Suprime-Cam (HSC, na sigla em inglês) do Telescópio Subaru de 8,2 metros.
Segundo a teoria da gravidade de Einstein, esse universo pode existir em um estado que no exterior parece diferente do que no interior. De dentro é possível ver um universo em expansão, enquanto de fora se vê um buraco negro.
Em ambos os casos, o grande e o pequeno universos bebês são vistos por nós como PBH, que escondem a estrutura subjacente de múltiplos universos por trás de seus "horizontes de eventos". O horizonte de eventos é um limite abaixo do qual tudo, mesmo a luz, está preso e não pode escapar do buraco negro.
Os pesquisadores observaram a galáxia Andrômeda, que podia ser gravada pela HSC a cada poucos minutos. A passagem do buraco negro era notada pela forma com os raios de luz ultravioleta eram dobrados, tornando a galáxia mais próxima de nós mais brilhante por um curto período de tempo, o que permitiu estimar a massa do buraco negro, que foi calculada como sendo semelhante à da Lua.
Assim, os pesquisadores creem que se trata de um bom candidato a PBH alinhado com a teoria de múltiplos universos.