Os pesquisadores suspeitavam por muito tempo de que alguma parte do sistema visual de certos animais, incluindo aves migratórias, lhes permite 'sentir' os campos magnéticos terrestres, dando-lhes a capacidade de percorrer vastas distâncias durante os períodos migratórios, mas o mecanismo nunca tinha sido encontrado até agora.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Tóquio (Japão) usou um microscópio especial que pode detectar flashes de luz extremamente fracos, em uma cultura de células humanas que continha um material muito sensível à luz, e constataram que as células eram capazes de responder a mudanças do campo magnético.
Fotorreceptores chamados criptocromos foram encontrados nas células de várias espécies, incluindo aves migratórias, cães e, curiosamente, seres humanos.
The mystery of how animals navigate using Earth's magnetic field is now closer to being solved. Scientists recorded live cells responding to a magnetic field in the lab. https://t.co/HO4WtRpHzd#UTokyoResearch #magnetoreception #AnimalMigration Published in @PNASNews pic.twitter.com/NDConTSkOs
— UTokyo | 東京大学 (@UTokyo_News_en) January 6, 2021
O mistério como os animais navegam usando o campo magnético da Terra agora está mais perto para ser resolvido. Os cientistas registraram células vivas respondendo ao campo magnético em laboratório.
Depois disso, eles colocaram a cultura de células humanas, repleta de criptocromos, em uma luz azul que as fez brilhar, e nesse momento, os pesquisadores geraram campos magnéticos de várias frequências para estimular as células ainda mais.
Cada vez que o campo magnético passava pelas células, o brilho escurecia em aproximadamente 3,5%, indicando a reação direta de combinação de campos da física quântica e bioquímica.
"Pensamos que temos uma evidência extremamente forte de que observamos um processo puramente quântico que afeta a atividade química a nível celular", disse o biofísico Jonathan Woodward.
Há uma razão para sugerir que, em qualquer nível, as pessoas também sejam capazes de sentir o magnetismo terrestre, apesar de os cientistas, por enquanto, estarem longe de conhecer esses superpoderes.