Diretor da Anvisa, Alex Campos proferiu o terceiro e decisivo voto na reunião da Anvisa neste domingo (17) sobre o uso emergencial de duas vacinas no Brasil. Ele acompanhou a relatora, Meiruze Sousa Freitas, e votou pela aprovação das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz, contra a COVID-19.
Com a maioria formada, os votos da diretora Cristiane Jourdan e do diretor-presidente Antonio Barra Torres foram mais sucintos, acompanhando integralmente a fala da relatora. Barra Torres lembrou, entretanto, que emergencial é o uso e não a autorização, que foi feita após análise criteriosa e minuciosa dos técnicos da agência.
Já foram identificadas tentativas de comercialização de produtos falsificados em todas as regiões do Brasilhttps://t.co/NrL0iu3e19
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"A Anvisa é hoje a única agência reguladora do mundo a analisar ao mesmo tempo dois protocolos vacinais de uso emergencial, e o fez em tempo recorde de nove dias. Um feito sem precedentes", disse Barra Torres.
Com a decisão, a imunização pode começar assim que Fiocruz e Butantan sejam notificados oficialmente ou a partir da divulgação do resultado no site da Anvisa.
O voto da relatora
Segundo informações publicadas pelo portal G1, a relatora destacou que o Brasil responde por 10% das mortes registradas no mundo pela COVID-19 e lembrou que não há alternativa terapêutica para combater a doença.
No caso da Coronavac, a relatora condicionou o aval à assinatura pelo Butantã de um termo de compromisso que prevê a apresentação dos dados de imunogenicidade da vacina até 28 de fevereiro (os relatórios sobre o tema foram considerados insuficientes).
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (15) que o isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater o coronavírus, matou mais brasileiros do que a COVID-19 https://t.co/qQhfUo5aIV
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O termo, após assinado pelo Butantan, deve ser publicado em Diário Oficial para que a autorização seja válida, o que pode inviabilizar que a vacinação comece ainda neste domingo (17), conforme planejado pelo governo de São Paulo.
Já a decisão sobre a vacina de Oxford vale apenas para o uso das dois milhões de doses que o governo ainda tenta importar da Índia.
"Ressalvadas algumas incertezas ainda existentes pelo estágio de desenvolvimento das vacinas em apreço, os benéficos conhecidos e potenciais das duas candidatas superam os riscos potenciais trazido em cada uma delas. Entretanto, ambas atendem aos critérios de qualidade e segurança para uso emergencial. Faço uma ressalva quanto a CoronaVac, que requer dados complementares quanto à imunogenicidade", declarou.