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Cientista: aprovação de vacinas fortalece ciência e democracia no Brasil

© AP Photo / Andre PennerGovernador de São Paulo, João Doria (à esquerda), e diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas (à direita), mostram dose da vacina CoronaVac, São Paulo, 9 de novembro de 2020
Governador de São Paulo, João Doria (à esquerda), e diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas (à direita), mostram dose da vacina CoronaVac, São Paulo, 9 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil
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A aprovação do uso emergencial de duas vacinas contra a COVID-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária fortalece a ciência e a democracia no Brasil, avalia, em entrevista à Sputnik, a virologista Giliane Trindade, da UFMG.

Neste domingo (17), após uma reunião de cinco horas, diretores da Anvisa aprovaram, por unanimidade, o uso emergencial das vacinas CoronaVac, desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Minutos após essa aprovação, o governo de São Paulo decidiu aplicar a primeira dose da CoronaVac na enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, que se tornou a primeira pessoa a ser vacinada oficialmente contra a COVID-19 no Brasil. 

​"Vejo a aprovação, por unanimidade, como uma vitória da ciência e um sonoro recado de não ao negacionismo que insiste em se perpetuar no Brasil! A ciência sai fortalecida, a Anvisa sai fortalecida e, consequentemente, a democracia também. Nossos pesquisadores foram incansáveis para colocar as duas vacinas em posição de serem avaliadas pela agência reguladora, respeitando todos os critérios de segurança e qualidade, e a Anvisa fez um trabalho hercúleo para, em tempo recorde, fazer o criterioso trabalho de avaliação de tantos parâmetros técnicos", afirma, em declarações à Sputnik Brasil, a virologista Giliane Trindade, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

Segundo a pesquisadora, essa aprovação das vacinas, cuja reunião foi transmitida ao vivo pela TV, também fortalece de alguma forma a própria população brasileira, que pôde conhecer um pouco melhor os critérios técnicos e a práxis do processo de avaliação de imunizantes.

"Isso é histórico no Brasil!", avalia a cientista.

Para Trindade, com a liberação da CoronaVac e da AstraZeneca, os próximos passos referentes aos planos de vacinação nacional poderão ser dados com mais organização e legitimidade. O Ministério da Saúde prevê iniciar na próxima quarta-feira (20) a campanha nacional de vacinação, enquanto o governo de São Paulo pretende iniciar a imunização no estado já nesta segunda-feira (18).

"Estados e municípios devem iniciar a organização das suas campanhas imediatamente", opina a virologista.

Ainda de acordo com a especialista, a decisão tomada hoje (17) pela Anvisa abre caminho também para que outras vacinas contra o novo coronavírus possam ser aprovadas no Brasil, "desde que respeitando todos os critérios de avaliação que foram tão bem apresentados".

"Para o país, ter diferentes vacinas aprovadas pode significar uma possibilidade de ampliação da vacinação coletiva, uma vez que poderemos ter vários fornecedores. Essa ampliação também poderia evitar desabastecimento no país."

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