O Bank of America, segundo maior banco dos Estados Unidos, alertou seus clientes, nesta sexta-feira (22), para uma possível nova "bolha" no mercado acionário norte-americano. A instituição, com ativos avaliados em mais de US$ 2 trilhões (R$ 10,94 trilhões), afirma que a alta recente das ações em Wall Street é resultado da política da Reserva Federal (Fed, na sigla em inglês, banco central dos EUA) de apoiar ativos de risco em meio à crise do novo coronavírus.
O Dow Jones, por exemplo, atingiu um novo recorde histórico nesta semana com a posse de Joe Biden como presidente do país, ultrapassando a marca dos 31 mil pontos, apesar de fatores econômicos como alto desemprego, estagnação salarial e níveis elevados de dívida entre os cidadãos comuns. O índice já é três vezes maior que em 2009, após a crise financeira.
"Quando aqueles que querem continuar ricos começam a agir como aqueles que querem ficar ricos, isso sugere uma explosão especulativa em estágio avançado", diz a nota do banco citada pela Bloomberg.
A carta do Bank of America adverte que uma "correção de mercado", ou seja, uma queda nos preços das ações, é esperada ainda neste ano, com um indicador do banco já chegando próximo a um "sinal de venda".
O banco compara os próximos "eventos de volatilidade" com as bolhas do passado, incluindo o colapso do mercado imobiliário de 2007/2008, em meio aos balanços do banco central dos Estados Unidos e da Europa. O Bank of America espera que o balanço do Sistema de Reserva Federal alcance o equivalente a 42% do PIB em 2021 em meio a um déficit orçamentário esperado de 33% do PIB.