A COVID-19 não infecta apenas humanos, com casos já registrados em gatos, cães, tigres, gorilas, entre outros animais. Embora no momento os cientistas avaliem que os animais não desempenham um papel significativo na disseminação do SARS-CoV-2, os especialistas acreditam ser inevitável que animais, principalmente domésticos, como cães e gatos, precisem tomar uma vacina.
"Não é impensável que a vacinação de algumas espécies de animais domesticados possa ser necessária para conter a propagação da infecção", uma vez que os animais podem representar um risco para os humanos no futuro, pois há potencial para o vírus evoluir nessas espécies e se espalhar de volta para as pessoas, comentam pesquisadores em um editorial publicado na semana passada na revista científica Virulence.
Portanto, os cientistas alertam que algumas espécies de animais domésticos podem precisar ser vacinadas no futuro para retardar a propagação da infecção.
"Faz sentido desenvolver vacinas para animais de estimação apenas como precaução para reduzir esse risco […]. Curiosamente, os russos já começaram a desenvolver uma vacina para animais de estimação, sobre a qual há pouca informação", comenta Cock van Oosterhout, um dos autores do editorial, citado pela agência de notícias PA Media.
No artigo, os cientistas comentam que novas cepas do SARS-CoV-2, como as variantes do Reino Unido, África do Sul e do Brasil, exigem que mais pessoas sejam vacinadas para manter o novo coronavírus sob controle.
"Enquanto as campanhas de vacinação contra a COVID-19 estão sendo lançadas em todo o mundo, é provável que continuem a evoluir novas variantes do vírus que têm o potencial de varrer a população humana […]. A vacinação contra um patógeno viral com alta prevalência globalmente não tem precedentes e, portanto, nos encontramos em águas desconhecidas", destacam os autores.
Os cientistas pediram aos governos que considerem o uso contínuo de medidas de controle estrito, como máscaras e distanciamento social, como a única forma de reduzir a evolução e a disseminação de novas variantes do SARS-CoV-2.